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Universidade cria dispositivo que quase impede abertura da boca

Aparelho foi anunciado para "luta contra a obesidade" e foi duramente criticado, comparado a ferramenta de tortura medieval

Por Redação VEJA São Paulo
Atualizado em 30 jun 2021, 20h53 - Publicado em 30 jun 2021, 20h50

Pesquisadores da Universidade de Otago, na Nova Zelândia e do Reino Unido, divulgaram um dispositivo odontológico voltado para a perda de peso. O aparelho, chamado de DentalSlim Diet Control, limita a abertura da boca para que o paciente não possa ingerir alimentos sólidos, apenas líquidos.

A pesquisa foi liderada pelo professor Paul Brunton, da Universidade de Otago, e foi duramente criticada por especialistas da área. O item limita a abertura da boca de quem o utiliza a apenas 2 milímetros por meio de um dispositivo magnético instalado nos dentes molares superiores.

Segundo o texto de divulgação da universidade, o item viria também com uma chave de emergência, para ser utilizado em casos de ataques de pânico ou engasgos. Sete mulheres obesas usaram o item por duas semanas, de acordo com o estudo. Elas teriam perdido 6,3 quilos cada.

As mulheres relataram que o item causava desconforto para a fala e que a “vida em geral ficava menos satisfatória”.

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O aparelho foi criticado por especialistas e nas redes sociais. Em entrevista para o jornal The Washington Post, a fundadora do Centro Nacional para Distúrbios Alimentares do Reino Unido, Deanne Jade, afirmou que o dispositivo é como um “retorno para a era medieval”. “É algo extremamente perigoso. Todo objeto que visa a perda extrema de peso ou com estratégias similares apresenta grandes riscos para o paciente”, afirmou.

O diretor de relações externas da ONG Beat, Tom Quinn, que trabalha com distúrbios alimentares, afirma que o aparelho é “preocupante”. “E também simplifica completamente a questão da obesidade. Resume o processo de perda de peso a uma questão de conformidade, força de vontade, e ignora os diversos fatores envolvidos, que podem incluir também distúrbios alimentares”, disse Quinn.

Após a repercussão negativa a Universidade de Otago publicou nas redes sociais que “a intenção do dispositivo não é ser usado como uma ferramenta de perda de peso rápida nem como uma ferramenta para longo-prazo. Ela destina-se a ajudar pessoas que precisam de cirurgia e que não podem fazer uma operação até perderem peso. Depois de duas ou três semanas o paciente pode ter os imãs desativados e o aparelho removido”, diz o texto.

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O primeiro post no Twitter sobre o aparelho afirmava que o item era o “primeiro dispositivo de perda de peso do mundo”. O tweet foi compartilhado por mais de 10 000 pessoas, inclusive brasileiros: “isso não é possível, é inacreditável!”, escreveu uma mulher.

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