Mart’nália: sem cuíca nem pandeiro
Em novo disco, cantora deixa o samba de lado e investe em gêneros como pop e rock
Sempre lembrada pelo samba esperto, a cantora e compositora carioca Mart’nália, de 46 anos, deixa o gênero herdado do pai, Martinho da Vila, para flertar com outros estilos no recém-lançado disco “Não Tente Compreender”. No encarte, diz ter mudado sua poesia — foi para o pop e abandonou a cuíca, o pandeiro e o tamborim. O resultado é apresentado na quinta (17), no HSBC Brasil. “Estava indo para minha terceira Copa do Mundo com a mesma banda, o mesmo som; cansei de me repetir”, conta. Produzido por Djavan, o álbum traz criações de Lula Queiroga, Marisa Monte, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
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Os desavisados podem se frustrar com as novidades. Certamente vão notar a ausência da alegria tão característica dos trabalhos anteriores. Mas Mart’nália faz bonito. “Confesso, teve uma hora em que senti falta de um pandeirinho”, diverte-se. No palco, ela aparece com seu jeito largadão para mostrar a nova safra à frente de Ivan Machado (contrabaixo), Antonio Guerra (teclados), Tuca Alves (violão e guitarra), André Siqueira (percussão), Luiz Brito (percussão e cavaco), Theo Zagrae (bateria), Analimar Ventapane e Jussara Silva (voz). Estão confirmadas a música de letra dramática “Reversos da Vida”, de Martinho da Vila, e o rock “Zero Muito”, de Nando Reis. “Pela primeira vez na vida eu canto rock”, diz. O ponto alto da noite, contudo, são os sambinhas de outrora, a exemplo de “Cabide”, “Ela É Minha Cara” e “Entretanto”.