Polícia prende torcedores acusados de invadir o CT do Corinthians
Um dos envolvidos foi preso por porte de arma. A polícia também apreendeu computadores e documentos nas sedes das torcidas organizadas
A Polícia Civil prendeu na manhã desta quinta-feira (20) três torcedores do Corinthians. Eles são suspeitos de participar da invasão do Centro de Treinamentos (CT) Joaquim Grava, na Zona Leste, no dia 1º. Os detidos foram encaminhados para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Um deles foi preso por porte de arma, um revólver calibre 38.
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Todos são integrantes da torcida Camisa 12. Na sede da entidade a polícia encontrou drogas e explosivos, além do rapaz que estava com a revólver. Outras três pessoas estão foragidas. No total, 11 mandados foram expedidos, sendo seis de busca e apreensão e cinco de prisão temporária. “A sociedade está cansada com essa ligação estreita entre torcidas organizadas e clubes”, declarou a delegada Margarete Barreto, titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.
Imagens das câmeras de segurança do Corinthians ajudaram a Polícia Civil a identificar parte dos mais de 100 integrantes de torcidas organizadas que invadiram o CT. Além dos detidos, a polícia também apreendeu computadores e documentos das torcidas organizadas. Para o advogado dos Gaviões da Fiel, Davi Gebara Neto, a ação não tem lógica. “Foi sem propósito. Nós estamos colaborando com tudo.”
No dia da invasão, manifestantes pularam o muro e arrebentaram o alambrado do CT. Segundo relatos, os torcedores queriam chegar até os jogadores Alexandre Pato, que foi negociado com o São Paulo, e Emerson Sheik. O atacante Guerrero e funcionários do clube foram agredidos. Além disso, aparelhos celulares foram roubados e as dependências foram depredadas. O ato aconteceu dias após o time sofrer uma goleada por 5 a 1 para o Santos. Os manifestantes cobraram mais empenho do grupo.
No dia 4, os jogadores do Corinthians divulgaram uma carta para demonstrar indignação com a invasão do CT. No texto, eles chamam os participantes de “marginais”.
“Estamos fartos com a irracionalidade e com os atos de violência impunes que envolvem inúmeras situações ligadas ao futebol. As cenas grotescas vividas neste último sábado por nós jogadores e por todos os funcionários do SCCP determinam que uma tragédia sem precedentes está prestes a ocorrer no ambiente de trabalho de qualquer clube de futebol profissional no país e nós não seremos coniventes com isso.”
No mesmo dia, a torcida organizada do time com o maior número de membros, a Gaviões da Fiel, também se manifestou. Em nota, os dirigentes “lamentam a linha de conduta violenta em que se deu o protesto” e afirmam que “em nenhum momento a diretoria compactuou para que houvesse um protesto com atos de vandalismo”.
A organizada aproveitou a carta para alfinetar os jogadores e a comissão. “Quanto ao elenco e a administração atual do Corinthians, é um absurdo que cobrem do torcedor uma paciência complacente. Jogadores de futebol estão sendo tratados como celebridades e não exercem suas funções com a devida responsabilidade. Não estamos cobrando títulos, nem jogadas bonitas, queremos apenas que honrem a camisa”.