Studio SP fecha as portas no fim do mês após oito anos
"A gente sabe que a noite é feita de ciclos", afirma Alê Youssef, um dos sócios da casa da Rua Augusta; veja programação de despedida
O Studio SP, que nasceu em um sobradinho da Vila Madalena em 2005 e foi para a Rua Augusta em 2008, vai fechar as portas no fim de abril. O anúncio foi feito pelo produtor cultural Alê Youssef, sócio da casa de shows ao lado de Maurizio Longobardi e Guga Stroeter, por meio de redes sociais nesta quinta (11). Ícone da cena cultural paulistana, o espaço teve um papel importante na projeção de grande parte dos artistas da nova música brasileira.
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De acordo com Youssef, a decisão foi tomada em março. “Fizemos essa avaliação bastante consciente de que era necessário encerrar o ciclo e abrir espaço para que outros projetos, outras casas, ocupem esse espaço”, explica por telefone à VEJINHA.COM. “A casa teve uma ótima retomada, estava indo muito bem. Só que é um desgaste muito grande manter uma casa noturna como a nossa. Decidimos aproveitar esse momento pulsante para encerrar uma história tão bonita e importante para a nova geração da música.”
Outros projetos pessoais do trio e a “absurda especulação imobiliária” da região também pesaram na decisão. “Essa especulação tumultuou o ambiente em todos os níveis, aumentou os preços dos alugueis, gerou incerteza sobre a continuidade dos projetos que estão lá. E quem sabe o que vai acontecer quando esses prédios todos inaugurarem, não é?”, acrescenta.
O empresário, que foi candidato a deputado federal pelo Partido Verde em 2010, vai focar suas atividades cotidianas “em comunicação”. Ele assinou contrato recentemente para trabalhar como consultor de conteúdo do programa “Esquenta!”, da Globo, apresentado por Regina Casé, e também está desenvolvendo um programa de TV, previsto para este ano.
Em longo e emotivo comunicado publicado em seu Facebook (leia aqui), Youssef fala em números e orgulha-se do papel de vanguarda do Studio SP, que funcionou em um sobradinho na VIla Madalena de 2005 a 2007. Durante esses oitos anos, o palco da casa recebeu artistas como Criolo, Céu e Karina Buhr, e os internacionais Peter Bjorn and John, Gilles Peterson e Bright Eyes, totalizando 2 500 apresentações, cerca de 300 por ano. Dos projetos fixos, destaca a Seleta Coletiva, regida pelo produtor Daniel Ganjaman e seu coletivo Instituto, que durou sete anos na programação.
“A gente sabe que a noite é feita de ciclos”, afirma. “Agora é o momento de celebrar. Celebrar o fim de um jeito bacana e transparente.”
O Studio RJ continuará funcionando normalmente, bem como o Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta.
O último dia
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Despedida do Studio SP: Criolo, Emicida, Tulipa Ruiz, Kamau e as bandas Metá Metá e Instituto (leia +)