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Rodrigo Nogueira é o galã da Linha Amarela

Saiba quem é o segurança do metrô que virou assunto entre as passageiras

Por Carolina Giovanelli
Atualizado em 5 dez 2016, 16h44 - Publicado em 19 out 2012, 21h33
Metrô - estação paulista - linha amarela perfil ed.2292
Metrô - estação paulista - linha amarela perfil ed.2292 (Mario Rodrigues/Veja SP)
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Não há dúvida de que, visualmente, viajar pela Linha Amarela é mais agradável do que em outras vias do metrô. Instalações recém-lançadas, trens modernos e primorosos projetos arquitetônicos ganham pontos positivos na experiência dos usuários sobre os trilhos. Os atributos estéticos das estações, entretanto, vão além. Anda atraindo os olhares das passageiras a boa pinta dos funcionários. Quase sempre bonitões, eles conquistam pela simpatia e gentileza.

Quando Rodrigo Nogueira, de 27 anos, entra em cena, no entanto, não tem para ninguém. Com 1,87 metro de altura e porte ereto, o rapaz que trabalha como agente de atendimento e segurança na Estação Pinheiros se vê disputado pelas garotas mais espevitadas para prestar ajuda. “Levo muitas cantadas”, diz, com um sorriso encabulado e uma ponta de vaidade. “Algumas começam com uma conversinha boba, fazendo comentários sobre o clima quente ou sobre como a plataforma ficou cheia. Outras já gritam ou assobiam.” Certa vez, uma delas chegou a fingir que estava passando mal, para, no fim do atendimento, pedir a ele que fugisse para Florianópolis com ela.

Em vídeo: saiba o que aconteceu com o galã de Linha Amarela depois da fama

O agente jura que não dá a menor bola aos xavecos.“Sou casado e tenho dois filhos”, avisa. Nascido em Santos, hoje morador de São Bernardo do Campo, ele começou a trabalhar no metrô há dois anos e meio, depois de uma tia tê-lo avisado da vaga. Antes, já havia comandado uma empresa de transportes e estrelado pequenas campanhas publicitárias como modelo. Passou por cinco meses de intenso treinamento e hoje dá expediente a partir das 4h20. Para isso, acorda às 3h30.

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Nesse mesmo turno, que dura até quase as 13 horas, ele divide o trabalho com mais catorze funcionários. Munido de colete à prova de balas, rádio, cassetete e algemas, Nogueira impõe respeito com músculos mantidos graças a lutas de jiujítsu e duas horas diárias de academia. Suas sete tatuagens, sendo as mais visíveis uma inscrição de “no pain, no gain” (algo como “sem dor não há ganho”) e um desenho inspirado no mar nos braços, também ajudam a construir a pose de bad boy. “Preciso ser firme ao pedir ordem às torcidas organizadas”, exemplifica.

Às vezes, a força física se mostra necessária em situações inesperadas que acontecem na segunda estação mais movimentada da linha, perdendo apenas para a Paulista. Passam por Pinheiros cerca de 130.000 pessoas por dia. Nogueira já precisou separar brigas por motivos bobos, caso de um esbarrão na escada, e conflitos mais sérios, que envolviam canivetes. Recentemente, desfez a cara de mau quando uma grávida, voltando de uma balada num domingo de manhã, entrou em trabalho de parto na plataforma.

Diferentemente das outras vias do metrô, a Linha 4 é mantida e operada pela concessionária privada ViaQuatro e não pelo governo do estado e, por isso, dispensa concursos em seu processo de contratação. De acordo com o diretor administrativo e financeiro da empresa, Sami Farah, não se leva em conta a aparência na seleção, apenas uma boa apresentação natural. “Buscamos qualidades como empatia e polidez”, conta. “Para trabalhar como segurança, queremos alguém com porte físico adequado às suas funções.”

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O sistema de recrutamento chega a demorar dois meses. Após serem contratados, todos recebem um treinamento especial. Com a previsão de funcionamento de cinco novas estações a partir de 2014, a equipe deve aumentar no mesmo ritmo. Nogueira pretende crescer na empresa. “Gosto muito de trabalhar aqui, não troco por nada”, afirma. “Espero alcançar um cargo de supervisor no futuro.” Várias moças também torcem para que ele não saia do metrô… E que, de preferência, continue em seu campo de visão.

 

O TAMANHO DO TIME

Alguns números da Linha 4 e seus colaboradores

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Funcionários: 660 no total. Em cada estação, trabalham 45 pessoas, sendo 85% homens e 15%mulheres, de 18 a 50 anos;

Escolaridade mínima: 2ºgrau completo (sem contar os jovens aprendizes);

Turnos: três

Estações em funcionamento: seis, com uma média geral de 650.000 passageiros por dia

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