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Rivalidade entre Corinthians e Palmeiras resvala nas obras dos estádios

Times evitam detalhes nas contruções que remetam ao adversário

Por Silas Colombo
Atualizado em 1 jun 2017, 17h31 - Publicado em 1 nov 2013, 16h55
Roberio de Ogum corinthians pai de santo
Roberio de Ogum corinthians pai de santo (Mario Rodrigues/)
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Um problema inusitado ocorreu recentemente na entrega das cadeiras para o Allianz Parque, o novo estádio do Palmeiras, na Zona Oeste. O primeiro lote foi imediatamente recusado pela diretoria do clube, apesar de o estofamento ter vindo no tom alviverde imponente, conforme o combinado. A reclamação teve como alvo o plástico preto usado nos descansos de braço dos assentos. Não adiantou a turma da WTorre, construtora responsável pelos trabalhos, argumentar que o negócio estava dentro do padrão mundial para esse tipo de produto. O jeito foi mandar o fornecedor refazer tudo para eliminar qualquer traço de cor capaz de lembrar o inimigo Corinthians. “A grandeza da instituição deve ser percebida em todos os detalhes”, justifica o diretor executivo do Palmeiras, José Carlos Brunoro. No momento em que os dois times erguem simultaneamente estádios na cidade, esse é um dos exemplos de como a maior rivalidade do futebol paulista acabou respingando nos canteiros de obras.

 

Em setembro, o folclore em torno disso ganhou outro capítulo curioso. Um empresário do ramo da reciclagem de entulho, Pierre Ziade, contou que parte do material retirado da demolição de uma das antigas arquibancadas do Parque Antártica acabou sendo reaproveitada no canteiro de obras do Corinthians, em Itaquera. A revelação arrancou sorrisos irônicos dos cartolas palmeirenses e causou um tremendo mal-estar na Zona Leste. Afinal de contas,  ninguém esperava tomar um gol contra no santuário que parecia protegido contraqualquer sinal de mau agouro. No ano passado, até um consultor espiritual, Roberio de Ogum, foi chamado para dar um descarrego na área e pedir aos céus para o trabalho ficar pronto em dezembro de 2013, conforme o prometido. “Não adianta nada pensar somente no material e esquecer da alma”, teoriza o pai de santo. Pelo menos no que diz respeito ao cronograma, a reza se mostrou certeira: no momento, mais de 90% do projeto, aos cuidados da Odebrecht, estão concluídos.

A vigilância por lá continua para que nenhum detalhe do projeto homenageie involuntariamente o adversário. Como o Itaquerão está escolhido para receber a abertura da Copa do Mundo do próximo ano, o marketing corintiano consultou informalmente o Comitê Organizador sobre a possibilidade de o gramado não ser verde. Negativo. Embora não tenham vencido esse embate, os alvinegros conquistaram vitórias importantes no sentido de reduzir ao mínimo possível a presença da cor inimiga no estádio. Os vidros são do tipo clear vision ultra-white, que não ficam esverdeados ao refletir a luz do sol. Nem o gigantesco telão de LED instalado na fachada, com 170 metros de largura por 20 metros de altura, escapou do crivo. No primeiro teste, realizado em maio, ocorreu uma pequena gafe: o equipamento emitiu uma luz verde. “O suficiente para merecer uma salva de vaias dos operários”, lembra o engenheiro Sergio Costa, da Osram do Brasil, empresa responsável pelo sistema.

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Allianz Parque Palmeiras arena obras
Allianz Parque Palmeiras arena obras ()

Quando estiverem prontos, os campos vão representar importantes fontes de receita para Corinthians e Palmeiras. O Allianz Parque, com capacidade para 43 500 pessoas e inauguração prevista para o fim do primeiro semestre de 2014, receberá 35 partidas do Verdão por ano. Ele será utilizado também como palco para grandes espetáculos musicais. No lado corintiano, a renda virá basicamente da venda dos 48 000 ingressos para as partidas e da locação de espaços para 59 lojas e lanchonetes, além do anexo, com salão de convenções para 300 pessoas.

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