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Paulistanos fazem ato de repúdio ao estupro coletivo ocorrido no Rio

Manifestação ocorreu no vão livre do Masp, onde foram depositadas flores e cartazes com mensagens contra a violência à mulher

Por Veja São Paulo
Atualizado em 27 dez 2016, 17h35 - Publicado em 27 Maio 2016, 19h46
estupro_mural_masp
estupro_mural_masp (Eduardo Petrini/Framephoto/Estadão Conteúdo/)
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Nesta sexta (27), ativistas ocuparam o vão livre do Masp, na Avenida Paulista, com um ato em ato em repúdio ao estupro coletivo da jovem de 16 anos, ocorrido em uma favela do Rio de Janeiro. Divulgado na internet, o crime chocou o país e teve repercussão internacional. Um mural com cartazes foi montado no local, com frases como “Respeito só isso” e “Não ensine qual é a roupa que devemos usar; ensine os homens a respeitar”… Em um outro, lê-se a informação de que uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos. A estatística é do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (leia abaixo). Vasos de flores também foram depositados no local. 

Até o momento, nenhum dos quatro acusados identificados foram presos. Em mensagem no Facebook, a vítima agradeceu ao apoio recebido nos últimos dias e disse que a dor que sente “é na alma”.

Estatísticas

O estupro coletivo que aconteceu no Rio nesta semana é “o caso mais grave já ocorrido no Brasil”, afirmou Samira Bueno, cientista social e diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), organização não governamental (ONG) que formula análises e pesquisa as estatísticas sobre a violência no País.

A especialista lembra que, até então, o episódio mais chocante havia sido o das quatro meninas do Piauí. No caso carioca, disse Samira, além da quantidade de agressores, choca o fato de nenhum dos envolvidos ter tentado impedir a violência e “ainda terem postado o vídeo nas redes, se orgulhando do que fizeram”.

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“O que chama a atenção é a brutalidade em pensar que mais de 30 homens estupraram a adolescente e nenhum deles, em momento algum tentou impedir”, disse ela, que ressalta ainda o aspecto cultural da violência. “O estupro está vinculado à cultura machista e misógina, que entende que os homens têm direito de ferir a mulher.”

As estatísticas das Secretarias de Segurança Pública de todo País, reunidas pelo FBSP, mostram que mulheres de diferentes classes e raças são violentadas, “embora as negras sejam as principais vítimas letais”, segundo a cientista social. A vítima do estupro coletivo não é negra.

Uma mulher é estuprada no Brasil a cada 11 minutos, segundo estatística recolhida pela FBSP. Como apenas de 30% a 35% dos casos são registrados, é possível que a relação seja “de um estupro a cada minuto”, de acordo com Samira. Ao todo, no Brasil 47,6 mil mulheres foram estupradas em 2014, última estatística divulgada. No Estado do Rio, foram 5,7 mil casos.Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão vinculado à Secretaria de Segurança do Estado, revelam 507 queixas de estupro na cidade do Rio, neste ano. O número é 24% inferior ao de igual período (janeiro a maio) de 2015, quando houve 670 registros. Na região da 28.ª Delegacia de Polícia, que inclui a Praça Seca, onde aconteceu o estupro coletivo, foram registrados 20 casos em 2016.

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