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Instituto Tomie Ohtake abre mostra de Picasso no domingo (22)

A coleção é formada por 116 das obras deixadas pelo gênio espanhol para a própria família

Por Julia Flamingo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h10 - Publicado em 14 Maio 2016, 00h00

Foi no Notre-Dame-de-Vie, um charmoso casarão de 35 cômodos na Riviera Francesa, que Pablo Picasso morreu aos 91 anos, em 1973. O espanhol deixou um legado de 150 000 peças, grande parte espalhada entre as melhores coleções do mundo. Por sorte dos familiares, o precavido artista havia guardado para si uma seleção das obras representativas de todas as suas fases e movimentos. Cerca de 5 000 dessas peças acabaram em posse do governo francês, adquiridas como pagamento dos impostos referentes à herança milionária. Desse espólio nasceu o celebrado Museu Picasso, em Paris.

Mais de 150 peças dessa coleção conhecida como “Os Picassos do Picasso” começaram a deixar na terça (10) o palacete do século XVII rumo a São Paulo. São 116 itens assinados pelo mestre andaluz, entre 34 pinturas, 42 desenhos, vinte esculturas e vinte gravuras. Completam a lista três filmes sobre o processo de criação e fotografias nas quais o pintor aparece ou que foram tiradas por ele. Esse acervo pode ser conferido no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, a partir de domingo (22). A exibição reforça a lista das megaexposições sediadas no endereço. Em 2015, o local bateu seu recorde de público com uma mostra sobre Frida Kahlo, visitada por quase 600 000 pessoas.

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O título Picasso: Mão Erudita, Olho Selvagem refere-se à produção multifacetada do gênio cubista. “‘Mão erudita’ representa a capacidade de colocar na ponta do pincel as várias linguagens da história da arte”, explica Paulo Miyada, curador do Tomie Ohtake. ‘Olho selvagem’ diz respeito à voracidade com que ele consumia conhecimento de várias áreas. Máscaras africanas, vida circense e balé russo são algumas das suas influências.

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Nascido em Málaga, no sul da Espanha, em 1881, ele se mostrava um prodígio com paletas e pincéis aos 13 anos, a ponto de desestimular seu mestre a seguir a profissão. Ao lado de Georges Braque, fundou o cubismo , estilo que retrata corpos e objetos em formas geométricas apresentadas em múltiplas perspectivas. Homem com Violão, uma das joias dessa escola, mais se assemelha ao reflexo de uma imagem em um espelho quebrado, e estará no evento paulistano.

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O encantamento pela cor azul, da época em que conheceu Paris e seus artistas, em 1900, aparece no emblemático Retrato de Homem, de 1903. A tela ficará na sala do instituto de Pinheiros dedicada à sua fase marcada por esse tom, um dos dez ambientes da montagem, todos com temas, como surrealismo e classicismo. Da relação de quadros célebres, vieram para cá também peças como O Beijo e Paul Vestidoem Arlequim. “É um orgulho trazer o pintor número 1 do mundo”, comemora o arquiteto Ricardo Ohtake, diretor da instituição batizada em homenagem à sua mãe, a célebre artista plástica que morreu em 2015.

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Ohtake conta que ele e a equipe fizeram meia dúzia de voos para a Europa ao longo de dois anos a fim de organizar a mostra. “Foi trabalhoso, mas é obviamente mais fácil conseguir todo o acervo de um só local do que negociar com uma série de instituições diferentes ao mesmo tempo.” “Difícil mesmo é transportar todas as obras”, acrescenta Vitoria Arruda, diretora de produção. Caixas sob medida foram construídas especialmente para cada uma das pinturas. Com várias camadas de proteção, essas estruturas conservam a temperaturae impedem qualquer dano. Uma empresa francesa construiu molduras especiais para os desenhos. Antes de vir a São Paulo, o museu dividiu a coleção em quatro voos, realizados emhorários diferentes, por precaução. Em cada trecho, o tesouro era acompanhado por um especialista.

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+ Os sete quadros mais caros de 2015: Picasso entra em primeiro lugar

A exposição será uma das maiores oportunidades vistas na cidade de estar diante de tantas criações de Picasso. Com quatro exemplares no acervo do Museu de Arte de São Paulo, ele foi tema de uma grande retrospectiva em 2004, na Oca. Bem antes disso, em 1953, a obra-prima Guernica chegou à 2ª Bienal de São Paulo, vinda do MoMA, em Nova York, de onde só saiu depois de negociação da mecenas Yolanda Penteado com o próprio artista. No caminho até o pavilhão no Ibirapuera, o caminhão que trazia a peça acabou atolado no chão de terra (na época, o parque não estava totalmente pronto). Resolvido o contratempo, a exposição da tela atraiu multidões — fenômeno que deve se repetir nas próximas semanas em Pinheiros.

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