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Empresário auxilia jovens da periferia por meio do funk

Projeto ajuda jovens a se profissionalizar na música com letras engajadas

Por Felipe Neves
Atualizado em 5 dez 2016, 12h15 - Publicado em 18 jul 2015, 00h00
Paulistano_Galatico
Paulistano_Galatico (Mario Rodrigues/)
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Os participantes do projeto Liga do Funk batem palmas a todo momento. Aplaudem para embalar versos cantados a capela e demonstrar aprovação aos discursos entusiasmados dos amigos a respeito de temas da vida na periferia. Idealizada em 2011 pelo empresário Marcelo Galático, de 38 anos, a iniciativa se mostra uma espécie de escola do funk. Ali, as letras sexualizadas dão lugar a canções engajadas. Redução da maioridade penal, drogas, crime e exposição do corpo feminino estão na boca dos integrantes, fãs do ritmo criado no Rio de Janeiro.

Às terças-feiras, aproximadamente 200 jovens se reúnem em um espaço na Vila Buarque, cedido por uma ONG, a fim de participar de rodas de debate e aulas de canto, postura de palco, produção musical e dança. A ideia é orientar os MCs (como são chamados os vocalistas do estilo) iniciantes, apresentando os desafios da trajetória de artista. Entre os aspirantes está Jhonefer Vieira, de 17 anos. Ele pegou o microfone para cantar no Voz da Liga, concurso que tem por objetivo avaliar a evolução dos estudantes. “Quero ser reconhecido, mas a estrada é longa”, diz. “Estou aprendendo bastante sobre música e sociedade.”

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Agenciador de shows de grandes nomes do gênero, a exemplo de Valesca Popozuda, Galático nasceu em São Miguel Paulista, na Zona Leste. Começou a trabalhar aos 12 anos na função de empacotador em um supermercado. Aos 16, por pouco não participou de um assalto que resultou na morte dos envolvidos. “Contei à minha mãe que haviam me chamado e ela me convenceu a não ir”, lembra. “Aprendi uma lição: aquele não era o caminho.” Após o sucesso na carreira artística, o rapaz não deixou de pensar em ajudar os jovens de baixa renda que, como ele, almejam um bom futuro. “Sempre fui sonhador e acabei conquistando muita coisa”, afirma. “Precisava retribuir de alguma forma. Mesmo que eles não saiam daqui cantores, com certeza serão cidadãos melhores.”

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