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Pai de Alex Siwek diz que ele e a família não são monstros

O uruguaio Felix Albelda, de 60 anos, recebeu a reportagem de VEJA SÃO PAULO na terça, no escritório de seus advogados

Por Daniel Bergamasco, João Batista Jr. e Rachel Verano [com reportagem de Carolina Giovanelli]
Atualizado em 5 dez 2016, 16h14 - Publicado em 15 mar 2013, 11h07

O uruguaio Felix Albelda, de 60 anos, pai de Alex Siwek, recebeu a reportagem de VEJA SÃO PAULO na terça, no escritório de seus advogados. “Juro que não errei”, diz. Alex atropelou o jovem David Santos Sousa na manhã de domingo e não prestou socorro. David segue internado e teve seu braço direito decepado no momento da colisão. Confira a entrevista abaixo:

Como soube da tragédia? Fui acordado às 7h02, quando o porteiro avisou que o Alex passou sangrando e foi para o posto da polícia. Pensei que meu filho tivesse tomado um tiro em algum assalto. Fui até o local e um oficial me disse: “Seu filho foi muito homem. Chegou aqui dizendo que tinha matado uma pessoa e pedia para ser preso”. Alex contou ter atropelado alguém na Paulista. Pelo rádio, os PMs receberam a informação de que faltava um braço da vítima. Uma coisa me chamou a atenção. Meu filho tinha um olhar vazio. Eu perguntei onde estavao braço e ele disse: “De que braço o senhor está falando?”.

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O que o senhor fez? Fui com os PMs até o carro dele. Olhei embaixo do carro, nos bancos, mas nada. Um policial falou que havia vestígios de carne humana no para-brisa. Aí voltamos para a base da polícia, peguei meu carro e com mais uma viatura fomos à casa do amigo do Alex, o Diego. Seguimos todos para a delegacia.

O senhor se sente culpado? Eu juro que não errei. Na minha casa não se bebe. Não somos monstros. Foi uma tragédia para as duas famílias. Quero que meu filho pague, sem dúvida, pelo que fez, desde que sem excessos. Ele não pode ser crucificado. Ele não saiu de casa para matar alguém, nunca teve passagem na polícia. Mas houve uma tragédia que jamais vai se apagar.

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Falou com o pai de David? Ainda não, mas por receio. Eu queria chorar junto com ele para entender o que aconteceu. Não acredito que o pai de David não entenda minha situação, como eu entendo a dele. Vou ajudar no que for preciso.

O senhor sente medo? Fui agredido verbalmente na delegacia. Disseram que eu era um monstro, que judeus são isso e aquilo, que vim ao Brasil para matar brasileiros. Estou assustado. Depois do que eu sofri, entendi que meu filho e o amigo dele poderiam estar mortos se parassem na Avenida Paulista. Seriam um pobre coitado sem um braço e dois corpos no IML. Vejo o acidente como um filme, fazendo várias versões. Minha mulher toma sedativos, mas mesmo assim não dorme.

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