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Após campanha na internet, Mural da Luz é mantido

Com ajuda de financiamento coletivo, Daniel Melim renova aluguel de espaço onde estampou uma de suas obras mais conhecidas na capital paulista

Por Mayra Maldjian
Atualizado em 5 dez 2016, 16h22 - Publicado em 25 jan 2013, 13h02
Mural da Luz Daniel Melim gravura
Painel de Daniel Melim na Luz: artista é representado pela Oma Galeria, que participa de grupo para driblar a pandemia (Divulgação/Divulgação)
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A enorme loira de batom vermelho grafitada na lateral de um prédio da Avenida Prestes Maia, nos arredores da Pinacoteca, por pouco não desapareceu da paisagem paulistana. O Mural da Luz, como ficou conhecido o painel de 30 metros de altura e 25 de largura pintado por Daniel Melim há um ano e meio, seria apagado caso o aluguel do espaço não fosse renovado.

Para conseguir os 26 mil reais necessários para manter a obra viva por mais doze meses, o artista recorreu a uma campanha de financiamento coletivo na internet, no final de dezembro do ano passado, colocando à venda cotas de 260 reais. A quantia foi alcançada em menos de um mês.

“Acho o crowdfunding a plataforma perfeita para financiar arte pública. O sucesso da ‘vaquinha’ mostra que o povo está querendo conviver com mais arte no dia a dia”, avalia Melim, que é representado pela galeria Choque Cultural. “O apoio não foi só financeiro, muita gente fez questão de falar que o Mural da Luz deveria ficar ali para sempre.” 

Como recompensa, o artista preparou para os apoiadores uma gravura com a imagem do mural, um adesivo e um certificado de autenticidade assinado por ele. “A arte pública é fundamental para melhorar a qualidade de vida da população. Gostaria de ver muitos artistas de estilos e gerações diferentes trabalhando no espaço público, levando arte gratuita para as pessoas. Admiro artistas como Tomie Ohtake e Regina Silveira, que fazem isso muito bem, assim como o pessoal do grafite que desenvolveu uma identidade para a nossa cidade.”

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A imagem –uma desconstrução da propaganda, segundo Melim—ocupa uma lateral do prédio que havia ficado vazia após a Lei Cidade Limpa eliminar outdoors da cidade. Inspirada em clichês e nas ilustrações dos anos 50, a pintura foi feita a partir da técnica do estêncil –moldes vazados foram preenchidos com tinta acrílica e spray.

O custo do trabalho, realizado em 2011, foi dividido com a Choque Cultural e a KLM (que já havia patrocinado uma instalação pública em Basel, Suíça, naquele mesmo ano). “Se fôssemos fazer de novo esse mural, ele custaria algo entre 100 mil e 150 mil reais, pois a área é gigantesca e exige instalações e equipamentos muito caros, sem contar os perigos e dificuldades de produção”, conta.

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E, por enquanto, nenhum retoque será necessário. “Acho que não vamos mexer na pintura. Ela foi pensada para assimilar o envelhecimento natural, igual à calça jeans que fica mais bonita quanto mais usada.”

Atualmente, Daniel Melim dedica-se a um projeto social no Jardim Limpão, em São Bernardo do Campo, onde mora desde que nasceu, em 1979, produzindo murais e ensinando arte para crianças e adolescentes em oficinas. Conheça aqui mais obras do artista.

 

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