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Moradores se unem para evitar corte de mais de 50 árvores nos Jardins

Com abaixo-assinado, vizinhos tentam preservar terreno arborizado localizado na rua José Maria Lisboa que foi adquirido por uma construtora

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 16h41 - Publicado em 15 jul 2016, 09h55
casa das arvores rua jose maria lisboa
casa das arvores rua jose maria lisboa (Reprodução/)
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Moradores do Jardim Paulista, na zona sul, organizam nesta sexta-feira (15) um abaixo-assinado contra o corte de mais de 50 árvores em um terreno adquirido por uma construtora na rua Maria José Lisboa. Por meio de uma liminar obtida na Justiça, o movimento já conseguiu impedir que o casarão antigo construído no terreno fosse destruída.

Conhecido como Casa das Árvores, o terreno tem 95 árvores ao todo. Desde 2014, os moradores tentam impedir o corte de parte da vegetação planejado pela construtora Gafisa, que adquiriu a área naquele ano para a construção de um prédio. Eles acionaram o Ministério Público Estadual (MPE), que aceitou a causa, mas perdeu a ação contra o corte em primeira e em segunda instâncias.

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O abaixo-assinado tem como objetivo manter preservado o terreno arborizado localizado no meio dos vários prédios. “São árvores com média de altura de 20 metros. Mesmo as árvores exóticas cumprem a sua função ambiental. Vão cortar árvores que estão saudáveis. É um bosque com densidade absurda e com uma casa da década de 1940. Não tem na região outro imóvel desse porte”, diz o consultor ambiental Luiz Antônio Araujo Queiroz, de 50 anos, que mora na região há 13 anos.

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Apoio

Além do abaixo-assinado, os moradores mantêm páginas na internet e nas redes sociais com informações sobre a Casa das Árvores. A mobilização está ganhando cada vez mais adeptos. O advogado Marcelo Corrêa Villaça, de 49 anos, diz que conhece a casa desde os 9 anos. “Há duas características de preservação aqui: a parte histórica do casarão e das árvores.” Villaça diz que o local já faz parte do dia a dia dos moradores e, por isso, tem o apoio de quem conhece a Casa das Árvores. “São 500 famílias de prédios do entorno”.

Moradora da região há 15 anos, a educadora em ciências Helena Versolato, de 70 anos, destacou a necessidade de se manter os espaços verdes que ainda estão presentes na capital. “Desde o ensino fundamental, existe todo um capítulo sobre a necessidade de preservar o ambiente. As crianças vão passar por aqui e ver um tronco com dois metros de diâmetro sendo serrado. Precisamos ter coerência do poder público, da incorporadora. Não importa se isso está acontecendo nos Jardins ou na periferia”

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No momento, os trabalhos no terreno estão paralisados. Na segunda-feira (11), equipes da incorporadora foram ao local e iniciaram a demolição do imóvel – o telhado foi removido. No dia seguinte, uma liminar judicial de uma nova ação dos moradores garantiu que o serviço fosse interrompido.

Em nota, a Gafisa diz que o empreendimento segue a legislação. “Após a execução do projeto aprovado, o total de árvores no terreno será igual a 90% do número de exemplares existentes hoje.” A empresa diz que vai depositar valor equivalente a 195 mudas no Fundo Especial de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (FEMA).

A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente informou que o local tem Alvará de Aprovação e Alvará de Execução, documentos que permitem o início das obras, mas o Certificado de Conclusão só será emitido se a empresa cumprir a legislação ambiental.

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