Urologista baleado por paciente sai da UTI e já movimenta os braços
O médico Anuar Mitre estava internado na Unidade de Terapia Intensiva desde 15 de setembro, quando foi vítima dos disparos de Daniel Edmans Forti
Baleado por um paciente dentro de seu consultório em São Paulo, o urologista Anuar Mitre já caminha e movimenta braços e mãos, segundo amigos. Ele saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi transferido para o quarto na última sexta-feira (10). De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês, não há previsão de alta.
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A princípio, Mitre não ficou com nenhuma sequela, ainda de acordo com o relato de amigos. Apesar de uma bala ter passado rente aos olhos, ele não perdeu a visão. O urologista ainda recupera o braço atingido, mas já passa por sessões de fisioterapia.
Mitre estava internado na UTI desde o dia 15 de setembro, quando foi atingido por três disparos efetuados pelo também médico Daniel Edmans Forti, que era paciente do urologista e se matou após atingi-lo.
Caso
No dia 15 de setembro, Daniel Edmans Forti invadiu o consultório do urologista Anuar Ibrahim Mitre, de 65 anos, na Bela Vista, com quem se tratava desde 2012. Ele carregava um revólver Rossi 38 na mão e uma pistola Ceska 6.35 numa sacola plástica. Deu quatro tiros à queima-roupa no médico com a primeira dessas armas. Acertou três.
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Uma das balas atingiu a cabeça da vítima, a outra o braço direito e a última se alojou nas costas. Enquanto a secretária de Mitre saía de lá em disparada em busca de ajuda, Forti usou o mesmo revólver para se suicidar com um tiro na boca. Mitre foi levado ao Hospital Sírio-Libanês, situado do outro lado da rua.
Forti, de 52 anos, era o filho mais novo de Eduardo Mansur Forti, já falecido, e Eliane Esther Simhon Forti. Ao lado do irmão, o engenheiro José Edmans, de 54 anos, cresceu em Higienópolis. Estudou no tradicional Colégio Rio Branco e se graduou em medicina.
Em 2012, Forti sofreu um acidente de moto no Rio de Janeiro e, em um dos procedimentos aos quais foi submetido, teve o canal da uretra rompido. Depois de uma cirurgia, passou a usar uma bolsa plástica que armazenava a urina. Ele procurou então o urologista Anuar Mitre, um dos maiores especialistas do país nessa área. Após a análise do caso pelo urologista, Forti foi submetido a uma nova operação.
De acordo com o irmão de Forti, ele deixou de usar a sonda, mas começou a sentir dores fortes, dificuldade para caminhar (passou a usar bengala) e ficou impotente. Sem conseguir trabalhar, cancelou seu registro no Conselho Regional de Medicina e passava os dias no apartamento da mãe, para onde se mudara ao voltar a São Paulo.
Após a cirurgia, o atirador ligou para o urologista por três meses insistentemente. Depois disso, sumiu, e reapareceu somente no dia do crime, com as duas armas de fogo, mais uma faca Tramontina modelo Amazonas.