Cantor de funk ostentação sempre foi bem de vida e é bissexual assumido
Fã de botox e consumidor de grifes, MC Lippinho desistiu da carreira de ator para tentar a música. Por enquanto, tem uma canção de trabalho e nunca fez shows
Um funkeiro que nasceu em família abastada, é bissexual assumido e nunca fez um show. Felipe Noronha, também conhecido como MC Lippinho, se mostra uma figura curiosa no meio dos artistas do gênero “ostentação”.
O rapaz contraria o caminho que a maior parte dos intérpretes bem-sucedidos dessa área costumam ter, saindo da periferia para depois esbanjar a ascenção financeira em carrões, joias e roupas de grife. “Sempre pude ostentar”, diz. Com incentivo financeiro da mãe, proprietária de três imobiliárias na capital, e do pai advogado, o MC de 25 anos buscou no começo do ano a gravadora carioca Furacão 2000 – que alçou à fama nomes como Gaiola das Popozudas e Tati Quebra-Barraco – para dar o pontapé inicial na carreira.
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Distante da fama e do número de shows de funkeiros como MC Guimê e Valesca Popozuda, suas duas inspirações na música, Lippinho lançou há cerca de oito meses o hit de sua autoria Vem Gostosa, Vem Neném (a letra faz o estilo “picante”, com frases do naipe de “se me chama de gatinho, eu faço bonitinho/ se me chama de gatão, eu faço com tesão”), que emplacou em alguns programas de rádio. Agora, pretende iniciar sua agenda de apresentações. A fanpage do moço no Facebook conta com aproximadamente 100 000 curtidas.
Morador de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, Felipe frequentou escolas particulares da cidade e chegou a cursar Direito durante seis meses em uma faculdade privada da capital, mas abandonou os estudos. “Achei muito complexo e precisava ler bastante”, afirma.
Depois de conquistar um diploma na escola de atores do diretor Wolf Maya e participar de três testes frustrados para o elenco da novela Malhação, da Rede Globo, decidiu partir para outras áreas. “Tenho dom artístico”, garante.
Admirador do funk, percebeu que o mercado musical do gênero era propício para novos nomes e assumiu a identidade de MC Lippinho. “Muita gente me diz que funk é brega, mas, quando toca em festa bacana, vai todo mundo dançar”, diverte-se.
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Ostentação de berço
Frequentador de casas noturnas de alto nível como a Royal, Lippinho chega a torrar 1 200 reais em uma noitada. Também não abre mão de cuidar do visual. Adepto das aplicações de botox e massagens modeladoras, mantém a forma fazendo academia diariamente.
Para compor o look, essencial no mundo do funk, costuma estar antenado às novidades das vitrines de marcas como Diesel e Dolce & Gabbana. Tamanho consumismo já o fez gastar 4 000 reais em uma calça e três camisetas durante uma tarde de compras.
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No entanto, seu maior investimento foi um Corvette amarelo conversível de 2013, avaliado em 249 000 reais e usado na gravação de um videoclipe ainda a ser lançado. “Ostento para inspirar quem não tem nada a se esforçar para conseguir o que eu tenho”, diz.
Bissexual assumido, Lippinho beijou o ex-BBB Serginho Orgastic em um evento LGBT. “Não vejo problema nisso, mas tenho receio que o fato de me assumir atrapalhe na carreira, porque é um universo muito machista”, acredita.
Os próximos passos da carreira incluem a contratação de um empresário e a gravação de seu primeiro CD. “Fiz tudo por contra própria e agora quero me profissionalizar. Os funkeiros estão evoluindo e conseguindo mais coisas que muito filhinho de papai por aí”, fala.