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Matheus Preis guiou multidão de manifestantes pelas ruas da capital

O estudante é respeitado pela PM e desconhecido pelos manifestantes

Por Juliana Deodoro e Tiago Faria
Atualizado em 5 dez 2016, 15h53 - Publicado em 18 jun 2013, 17h28

O estudante ciências sociais Matheus Nordon Preis, de 19 anos, foi uma das figuras centrais nas manifestações na segunda (17) e na terça (18). Boa parte da multidão que protestava na Faria Lima e na Praça da Sé não sabia, mas era guiada por ele, um dos líderes do Movimento Passe Livre (MPL).

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Ao celular, o rapaz informava aos policiais militares que o “escoltavam” – eram seis, ao todo, dois deles armados – sobre o percurso que seria seguido, na segunda (17). Como o sinal de celular estava ruim nas imediações do Largo da Batata, o major Wilhelm teve de atravessar toda a multidão para encontrar com o militante. Matheus tentava, em vão, falar sobre o trajeto longe da imprensa e convenceu o major a acompanhá-lo até um prédio, onde conversaram com mais privacidade. 

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Na Faria Lima, o rapaz informou que a Tropa de Choque estaria na Paulista e, por isso, não seria seguro seguir para lá. Ao entrar na Berrini, pediu para que os manifestantes se sentassem no asfalto para aguardar por novidades do itinerário. Quem estava perto, até mesmo os policiais, obedeceu. “Vamos para a Ponte Estaiada”, avisou Matheus ao major Wilhelm. E assim seguiram.

 

Não eram muitos, no entanto, os manifestantes que reconheciam o líder. “Quem é aquele moleque?” “É famoso?” “Por que tantos policiais em volta dele?” As perguntas eram muitas. O protesto já se aproximava do Palácio dos Bandeirantes quando uma estudante gritou para Matheus: “Você não nos representa!”. Foi exceção. Respeitado pelos policiais, com quem conversava em clima de tranquilidade, ele parava de vez em quando para dar entrevistas aos jornalistas que o rodeavam. “A saída, no Largo da Batata, foi um pouco difícil. Várias pessoas estão participando de uma manifestação pela primeira vez”, explicou. “Mas o comportamento da polícia está bem diferente.”

Na Ponte Estaiada, Matheus informou aos policiais que o protesto seguiria até o Palácio dos Bandeirantes. Ao entrar na Avenida Morumbi, explicou que a dispersão ocorreria na Francisco Morato, no corredor de ônibus. Desta vez, as reclamações, em tom de brincadeira, vieram dos jornalistas. “Poxa, Matheus, mais quatro quilômetros!” Quando um grupo de cerca de mil pessoas se instalou diante do Palácio, no entanto, as ordens de Matheus se tornaram inaudíveis. A intenção de descer com os manifestantes rumo ao corredor de ônibus não deu certo. Por volta das 23h, quando alguns atiravam rojões contra a sede do governo, Matheus andava de um lado para o outro, falando ao celular, já distante dos policiais e longe do comando daquele protesto.  

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Início

Desde a terceira manifestação, Matheus ficou responsável por tentar dialogar com a Polícia Militar. Na terça, dia 11 de junho, ele estava na frente do Masp, ao lado do Coronel Marcelo Pignatari, responsável pela operação naquele dia. A polícia havia acabado de dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e cercava os pequenos grupos que se escondiam pelas ruas da Bela Vista. “Eu tentei conversar, mas agora não dá mais”, disse desolado. 

Na quinta-feira, minutos antes do confronto na esquina da Rua Maria Antônia começar, o Coronel Ben Hur pedia para o militante Maurício Costa de Carvalho chamar Matheus para que a negociação sobre o trajeto pudesse acontecer. Depois de parabenizar o grupo pela manifestação pacífica, o coronel saiu e a tropa de choque apareceu. Foi quando começaram as cenas que se espalharam pelas redes sociais. 

Horas depois, no meio da Avenida Angélica, o estudante tentou alertar para a dispersão. Com a ajuda de um jogral – quando um fala e as pessoas ao redor repetem para que todos ouçam – ele disse: “pessoal, para a nossa segurança, o melhor é dispersar”.

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