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Ex-modelo internacional, Cesar Curti está por trás da mahamudra

Jovem de 28 anos criou a modalidade esportiva que vem ganhando fãs na capital com suas aulas que queimam até 1 000 calorias

Por Veja São Paulo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h56 - Publicado em 17 abr 2015, 23h00
Mahamudra
Mahamudra (Fernando Moraes/VEJASP/)
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Todos os dias, às 6 da manhã, um grupo se reúne no Parque do Ibirapuera para praticar uma modalidade esportiva bastante curiosa e que vem ganhando adeptos com velocidade na capital. Trata-se da mahamudra (“grande gesto”,em sânscrito), mistura de crossfit, artes marciais, meditação e ioga. Ela promete eliminar até 1 000 calorias em uma hora e fabricar uma barriga tanquinho em prazo recorde. A prática desembarcou por aqui em 2013 e, no início, era restrita a um grupo de dez pessoas. Menos de dois anos depois, soma cerca de 600 praticantes na capital. As aulas reúnem, em média, 25 pessoas, com diferentes níveis de evolução, que pagam uma mensalidade de 320 reais por três treinos na semana. Antes da malhação pesada, o grupo faz exercícios de respiração por cerca de dez minutos. Depois, o corpo vai à exaustão com séries de pulos, agachamentos, flexões e barras. No final, é destinado um tempo para a meditação.

+ Mahamudra é alternativa de treino no Parque Ibirapuera

Quem está à frente dessa atividade é Cesar Curti, de 28 anos, auto intitulado coach de estilo de vida, pensador, antropólogo e espiritualista. “Sei que as pessoas procuram a mahamudra por causa da estética, mas quero trabalhar o poder mental. É outra vibe”, discursa. Com 1,85 metro e 82 quilos, ele construiu uma carreira de modelo internacional com a ajuda de predicados como o corpo atlético e um ar exótico, marcado pelo tom de pele bronzeado e pelos olhos levemente puxados. Filho de pais bancários e nascido em Ribeirão Preto, no interior do estado, Curti fez seu début em eventos de moda após participar de um concurso de beleza. Não venceu a disputa, mas seguiu no ramo. Em 2005, dividia a carreira com o trabalho de garçom e a faculdade de administração pública na Unesp de Araraquara, quando recebeu o convite para atuar como manequim na Ásia. “Abandonei tudo e fui com a ideia de ficar cinco meses, mas permaneci por sete anos.”

Mahamudra
Mahamudra ()

No Oriente, viveu uma fase de aventura entre Tailândia, Hong Kong e Filipinas, ao vivenciar a efervescência das cidades e o budismo. “A vida de modelo lá era como se todos os dias fossem sexta-feira, com muito trabalho, mas muita festa também.” Em meio a esse agito, passou a frequentar cursos de cura espiritual e meditação e a experimentar novos tipos de treinamento.Também usava o tempo livre para aprender tarô e ler livros de autoajuda ou místicos, como os de Paulo Coelho.

O estalo para criar a mahamudra veio após um retiro espiritual na Ilha de Koh Phangan, em 2012. Ao voltar para Bangcoc, onde morava, escreveu em um bloco de notas as bases da modalidade que daria cara nova à prática do esporte ao ar livre em São Paulo. No retorno ao Brasil, depois de um curto período em Los Angeles, só conseguiu dinheiro para iniciar o negócio após vencer, ao lado do amigo Daniel Belém, o reality show The Amazing Race. Na atração, os participantes enfrentam uma série de desafios físicos e gastronômicos, como devorar olhos de cabra. Os 180 000 reais da premiação lhe deram tranquilidade no momento em que sua primeira filha, Catarina, nascia — Helena, a caçula, tem 8 meses. Ambas moram com a mãe em Peruíbe, enquanto ele divide, com o ex-BBB Jonas Sulzbach, amigo e pupilo, um apartamento no Itaim, de onde só sai de bicicleta ou em sua Harley-Davidson.

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Mahamudra
Mahamudra ()

Com o dinheiro na mão, juntou amigos,como o ex-BBB, e seu sócio, Rodrigo Lima, e começou a treiná-los. Logo, os corpos definidos passaram a atrair curiosos e ganhar as redes sociais. Um de seus alunos é Robson Costa, 33 anos, que trabalha no Viveiro Manequinho Lopes e treina no parque há nove anos. Desde que entrou para o grupo de Curti, em 2014, sua performance melhorou. “Aumentei minha resistência e força, mas a maior mudança foi no meu comportamento”, acredita. “Alguns bloqueios e receios, como não acreditar em mim, no meu trabalho, estão sendo superados.”

A movimentação no Ibirapuera também atiçou a curiosidade do Conselho Regional de Educação Física. Sem formação na área, Curti foi convocado a explicar suas atividades. “Ele sabe que não pode dar aula”, afirma o presidente da entidade, Flávio Delmanto. O processo começou em janeiro. Se o guru da mahamudra não apresentar explicação convincente, poderá ser enquadrado por exercício ilegal da profissão. Curti alega que só participa das sessões como aluno ou espectador e que doze professores são responsáveis pelos treinos. “Estou mais preocupado com a parte administrativa agora”, defende-se. Mesmo sob investigação de um conselho profissional, mantém planos de expansão para a ginástica. Ela está em outras três cidades (São Bernardo do Campo, Salvador e Los Angeles,nos Estados Unidos). Em breve, chegará ao Rio. “Precisamos ensinar as pessoas a cuidar do corpo, da mente e do espírito.” É outra vibe mesmo.

Tarô e cerveja

Dados e curiosidadessobre o guru do Ibirapuera

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Nome: Cesar Augusto Curti

Idade: 28 anos (19/3/1987)

Estado civil: solteiro. Tem duas filhas: Catarina, 2 anos e 8 meses, e Helena, 8 meses

Formação: abandonou a faculdade de administração pública na Unesp de Araraquara

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Dieta: afirma comer de tudo, beber refrigerante e “uma cervejinha”. Toma suplementos, como Whey Protein

Mania: tira tarô para si mesmopara ver como será seu mês

 

 

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