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Petistas dizem que Lula é o “alvo” da Lava-Jato

Ministros avaliam que, mesmo com a Polícia Federal mirando no ex-presidente, não há como o escândalo não respingar em Dilma Rousseff

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h21 - Publicado em 20 jun 2015, 11h32
Lula
Lula (Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress/)
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A prisão dos executivos das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez trouxe preocupação ao Palácio do Planalto. Apesar da intenção dos assessores em manter a presidente Dilma Rousseff afastada do estrago provocado pela Operação Lava-Jato e de suas consequências, o sentimento é que todo este processo acaba por desestabilizar o governo, que já se encontra sob ataque de vários setores e sofrendo com baixa popularidade.

A preocupação não envolve só o governo Dilma, mas também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, considerado por petistas “o alvo” da Lava-Jato. Nos bastidores, ministros avaliam que, mesmo com a Polícia Federal mirando em Lula, não há como o escândalo não respingar em Dilma. A nova crise atinge a tentativa do planalto de emplacar uma agenda positiva. Além disso, o governo teme que, com a prisão dos executivos das maiores empreiteiras do país, obras sejam paralisadas e o desemprego aumente.

+ Lava-Jato: quem são e quanto cobram os defensores dos investigados

O presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi visto muitas vezes no planalto, durante o governo Lula, e em inúmeras viagens do ex-presidente a África. Ele também acompanhou Lula a Cuba, onde a empresa está à frente da construção do Porto de Mariel.

Desde 2011, Dilma se reuniu pelo menos cinco vezes, oficialmente com Marcelo Odebrecht. O último encontro foi há menos de um mês em 26 de maio, no hotel Intercontinental, na Cidade do México. Marcelo teve deferência especial por coordenar o encontro empresarial que Dilma prestigiou.

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Marcelo sempre foi próximo dos petistas. Mas, pelo porte da empreiteira, mantém bom trânsito e fez doações eleitorais a outros partidos. O mesmo ocorre com a Andrade Gutierrez.

Na sexta (19), antes de embarcar para Camaçari (BA), a presidente recebeu o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no Palácio da Alvorada. Cardozo a informou sobre a nova etapa da Lava-Jato e não houve surpresa com as prisões. Mais tarde, já em Brasília, Dilma chamou o ministro para nova reunião.

Cerco 

Em conversas reservadas, auxiliares da presidente e dirigentes do PT dizem que Cardozo perdeu o controle sobre as investigações da Lava-Jato. Mais: afirmam que, agora, a oposição fará de tudo para “pegar” Lula.

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O diagnóstico no governo e no PT é o de que o cerco está se fechando e que a crise política vai piorar. Há receio de que o escândalo atinja as doações de campanha, dando munição para adversários ressuscitarem a bandeira do impeachment. O discurso oficial, porém, é o de que Marcelo Odebrecht teria declarado voto em Aécio Neves (PSDB) e Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, em Marina Silva (PSB). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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