Estudante preside ONG que leva iluminação a bairros carentes
A Um Litro de Luz utiliza placas que captam a luz do sol e alimentam lâmpadas de LED colocadas dentro de garrafas PET
Em meados de 2015, a estudante Laís Higashi, de 24 anos, adotou uma jornada dupla em seu dia a dia. Passou a dividir as aulas do curso de administração na Universidade de São Paulo com as atividades de uma ONG que leva iluminação a ruas de bairros pobres sem energia elétrica. “Quando descobri a iniciativa, fiquei encantada”, diz. A entidade em questão recicla materiais de uma forma bastante engenhosa para aproveitar os recursos naturais e economizar na ação.
Placas que captam a luz do sol e alimentam lâmpadas de LED são colocadas dentro de garrafas PET e fixadas em postes construídos com canos de PVC. O sistema funciona a noite inteira e desliga‑se automaticamente pela manhã, graças a um sensor instalado no equipamento. Não há nenhuma ligação com fios ou rede elétrica. Sua implantação é feita apenas em vias públicas. “Nós também ensinamos os moradores a montar essas lâmpadas sustentáveis”, afirma a voluntária.
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Criada em 2011 nas Filipinas, a ONG Um Litro de Luz está presente em 21 nações. A organização chegou por aqui em 2014 e não tem unidade física: os 100 integrantes,boa parte deles de São Paulo, comunicam‑se via internet. Laís é a atual presidente da entidade no país. Uma das primeiras missões da garota foi comandar um mutirão que instalou quarenta postes na Vila Moraes, em São Bernardo do Campo, beneficiando 400 famílias. O trabalho começou em novembro do ano passado e foi concluído em maio de 2016.
Laís fez projetos semelhantes fora do estado, como em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Até o início de 2017 estão previstas duas ações em Caapiranga, no Amazonas. A filial brasileira da instituição ganhou recentemente um prêmio de 100 000 dólares de uma universidade escocesa, a St. Andrews, para dar continuidade ao trabalho. “Isso vai nos ajudar no financiamento de novas instalações”, diz a estudante, que está no último semestre da faculdade. “Eu poderia até ingressar em um banco, mas prefiro me dedicar a projetos sociais”, conta.