Grupo vende “kit impeachment” por 175 reais
Loja virtual do grupo Revoltados ON LINE comercializa camisetas, boné e adesivos anti-Dilma
De viés político de direita, o grupo Revoltados ON LINE tem conquistado cada vez mais simpatizantes no Facebook ao postar mensagens com conteúdo anti-petista. Em um ano, o perfil na rede social passou de 150 000 para 640 000 curtidas, ganhando milhares de novos adeptos por mês que concordam com a principal bandeira do movimento: o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
A discussão sobre a legitimidade de retirar a mandatária do poder cresceu com o desenrolar da operação Lava-Jato, responsável por apurar casos de corrupção na Petrobras. A mobilização em prol do impeachment resultará em manifestações marcadas para o próximo dia 15 em todo o Brasil.
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Aproveitando o movimento, o Revoltados, que vende camisetas com mensagens como “fora Dilma”, “100% anticomunismo” e “família, Deus e Liberdade”, passou a comercializar o “kit impeachment”, composto por camisa polo, boné e cinco adesivos e disponível em sua loja on-line por 175 reais.
Sem receio de ser tachado de “coxinha”, Marcello Reis, fundador do grupo, diz que tem sete peças do tipo em seu guarda-roupa. “Escolhemos o modelo polo porque temos que ficar elegantes para pleitear nossos direitos”, brinca ele. “Sempre me param na rua para perguntar onde comprar.” Hoje desempregado, Reis afirma que foi demitido da empresa onde trabalhava na área de comunicação, pois chegou aos ouvidos de seu chefe que ele seria “neonazista”, algo que ele nega.
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Ele calcula que 1 000 camisetas foram vendidas no último mês e diz que o dinheiro arrecadado banca a estrutura de som, faixas e bandeiras das manifestações que o coletivo promove, como a que acontecerá no próximo dia 13, na Avenida Paulista, em frente ao prédio onde fica o escritório da Petrobras. Para o ato, o grupo contratou a dupla Os Reaças, criadora da música Impeachment.
O Revoltados também vende modelos de camisetas que tratam de uma suposta fraude nas urnas eletrônicas ou com queixas sobre a realização da Copa do Mundo “que nos tirou saúde, educação e segurança”. Outro tem os dizeres em inglês: “keep calm and say no to communism in Latin America” (em tradução livre, “fique calmo e diga não ao comunismo na América Latina”).