Haddad convida Alexandre Padilha para Relações Governamentais
Ex-ministro da Saúde do governo Dilma foi o terceiro colocado na disputa para o governo de São Paulo na eleição do ano passado
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), deve oficializar até amanhã cedo o convite para o ex-ministro Alexandre Padilha, de 43 anos, assumir a Secretaria Municipal de Relações Governamentais. Com o aval de Luiz Inácio Lula da Silva, Padilha deve decidir se aceita ocupar o lugar de Paulo Frateschi, de 64 anos, também indicado ao cargo pelo grupo político do ex-presidente.
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Padilha já recebeu o convite do secretário de Governo, Chico Macena, que também ofereceu a possibilidade de o ex-ministro assumir a Saúde ou a Coordenação de Subprefeituras. Padilha também tem sido pressionado pelo próprio partido a aceitar o convite. Antes reticente em compor o governo, o ex-ministro já fala agora em “ajudar Haddad nas mudanças que ele vem fazendo.”
Padilha ainda está “magoado”, segundo assessores próximos, com a falta de empenho da gestão Haddad em sua campanha ao governo estadual. E, por isso, ainda não aceitou o convite. Ele já havia adiantado que não aceitaria “de forma alguma” a Secretaria Municipal de Saúde, ocupada pelo seu amigo e aliado José di Filippi Júnior.
Interlocutores do PT estão fazendo “as tratativas entre o partido e o prefeito” para Padilha ir ao governo. A ideia do partido é mantê-lo em evidência, para que ele se mantenha como opção para 2018 – seja no Senado ou no governo.
Padilha vai exercer função semelhante à que ocupou no segundo mandato do governo Lula, como ministro de Relações Institucionais. O ex-ministro terá a tarefa de melhorar a conflituosa relação entre Haddad e sua base governista na Câmara Municipal.
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Procurado nesta quarta-feira (21), Padilha informou que não teve convite oficial do próprio prefeito. “Mas estou à disposição a ajudar o prefeito Haddad nas mudanças que ele vem fazendo em São Paulo”, informou a assessoria do ex-ministro. Como secretário, Padilha vai receber R$ 19,2 mil mensais.
Em seu perfil no Instagram, ao lado de uma foto na qual aparece pedalando ao lado do prefeito, Padilha escreveu que “o desafio da Secretaria de Relações Governamentais é enorme, mas poderei fazer uma das coisas que mais gosto na vida: valorizar a política, estar perto da população que mais sofre e das forças criativas da cidade, exercitar o diálogo com os parlamentares, com a sociedade, com os movimentos, com os partidos e com todos os que desejam que nossa cidade avance com as mudanças feitas pelo nosso governo municipal”. Disse ainda admirar o prefeito, de quem foi colega de governo com Lula e Dilma. “A partir de agora tenho orgulho ainda maior de passar a ser seu assessor, seu comandado.”
Na semana passada, ele havia declarado que não aceitaria ocupar funções na gestão Haddad e que se dedicaria às atividades do partido.
Lula tem citado ao ex-ministro as possibilidades de “fazer política” na pasta de Relações Governamentais, onde será o responsável por intermediar a relação do prefeito com os 55 vereadores. Caberá também a Padilha executar as obras previstas com emendas de parlamentares – cada vereador tem direito a indicar R$ 2 milhões em obras por ano em seus redutos eleitorais.
Fusão
Outra mudança que Haddad deve promover no governo é a fusão das secretarias de Governo e de Comunicação. O atual secretário de Comunicação, Nunzio Briguglio, vai assumir a SPCine, órgão de fomento ao cinema em São Paulo.
Hoje também o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) foi oficializado como novo secretário de Direitos Humanos, no lugar de Rogério Sotilli.