Saiba tudo sobre a mostra de Tim Burton, no MIS
Inflável de 6 metros de altura do <em>Menino-Balão</em>, bonecos de<em> O Estranho Mundo de Jack</em> e storyboards de <em>Frankenweenie</em>: prepare-se para o que você verá na mostra
A imagem da entrada da exposição mais esperada do ano, O Mundo de Tim Burton, com estreia prometida para 4 de fevereiro, no Museu da Imagem e do Som (MIS) já revela, de cara, o seu estilo surreal. Ela “engole” os visitantes e os conduz a uma imersão no universo de um dos campeões de excentricidade de Hollywood.
Os cerca de 500 objetos pessoais de Burton apresentam mais do que o trabalho na função de diretor. Mostram também suas facetas menos óbvias, de artista plástico, ilustrador, fotógrafo e escritor. Exibido pela primeira vez no MoMA, em Nova York, em 2009, o evento superou a marca de 800 000 visitantes no museu.
Depois de passar por cidades como Praga e Tóquio, ele chega à América Latina, num formato totalmente diferente do das atrações anteriores. Até então divididas por fases da vida e da obra, as salas corresponderão agora às emoções do diretor americano: terror, humor, felicidade, angústia, melancolia e encantamento.
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Mesmo ocupado com a pós-produção do filme O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, com lançamento prometido para o segundo semestre deste ano, Burton acompanhou a distância a criação da versão paulistana da mostra. Ele confirmou presença para o dia 11 de fevereiro, quando fará um bate-papo com o público.
Outro filme já está com estreia prevista para este semestre no Brasil: Alice Através do Espelho será a continuação de Alice no País das Maravilhas. Assista ao trailer:
COMO FOI A NEGOCIAÇÃO
Desde julho de 2015, quando a equipe de André Sturm, diretor do MIS, propôs o novo estilo de curadoria, foram vários os seus pitacos. Os sentimentos de nojo e medo, por exemplo, sugeridos pela equipe brasileira, foram substituídos a mando do cineasta por terror e humor. “Apesar de eu nunca ter falado diretamente com ele, foi um artista muito presente no projeto”, diz Sturm.
Em abril de 2014, um e-mail na caixa de entrada do diretor do MIS indicava o interesse dos assistentes de Burton em sediar a mostra na instituição do Jardim Europa. “Queríamos um lugar especial para a première da América Latina”, conta a curadora Jenny He. “Acompanhamos o histórico de grandes exposições do local e sabemos de seu público fiel”, explica ela, que visitou Castelo Rá-Tim-Bum, em 2014.
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Em cartaz durante seis meses, o evento baseado no programa infantil da TV Cultura registrou o recorde de público do espaço: 410 000 pessoas. Para Sturm, O Mundo de Tim Burton deverá atingir a vice-liderança no total histórico de bilheteria em seus menos de quatro meses de duração (até 15 de maio).
A MOSTRA
Quem passar pelos oito ambientes divididos entre o 1º e o 2º andares do centro cultural não vai demorar a notar que, assim como os filmes do artista, a exibição tem um intenso viés autobiográfico. Nascido em Burbank, na Califórnia, em 1958, Timothy Walter Burton passou a infância recluso em meio a livros de Edgar Allan Poe e assustadores filmes antigos. Ficava horas criando personagens esquisitos, que mais tarde tomaram forma em trabalhos como Edward Mãos de Tesoura e A Noiva Cadáver. Aos 21 anos, foi contratado pela Disney na função de aprendiz de animador, grande reviravolta na vida do garoto nerd. Assista ao curta Vincent criado por ele em 1982:
Colecionadas por Burton desde muito cedo, suas criações ficam guardadas em armazéns em Los Angeles e Londres. Na mostra, será apresentada uma seleção de cerca de 380 desenhos, trinta bonecos, 25 fotografias de polaroide e catorze vídeos, entre outros itens.
Será possível ver de perto o processo de criação do Menino-Balão, que aparece ali em seus primeiros esboços e também em versão inflável, de 6 metros de altura. Estarão expostos ainda os bonecos do set de filmagem de O Estranho Mundo de Jack, storyboards de Frankenweenie e outras diversas criaturas de seu universo.
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CORRIDA POR INGRESSOS
A corrida pelos ingressos começou em outubro. Para a abertura, em 3 de fevereiro, o museu pôs à venda 100 bilhetes especiais, a salgados 400 reais. O único diferencial anunciado: os compradores seriam os primeiros a visitar o local. Bastaram cinco minutos para não sobrar um só exemplar dessa leva. Outras 50 000 entradas vendidas antecipadamente, entre 40 e 80 reais, esgotaram-se rapidamente a cada lote anunciado.
Esses e outros fãs devotados devem fazer a festa em uma loja que venderá apenas produtos licenciados. De canetas e cadernos ao catálogo do evento, há artigos de 3 a 120 reais. “O diretor criou uma identidade inconfundível, por isso esse sucesso”, pondera Sturm. “Quem nunca ouviu uma pessoa dizer: ‘Isso aqui é a cara do Tim Burton’?”
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E, por fim, antes de correr para a exposição, relembre a divertida cena do jantar de Beetlejuice: