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Professores de várias modalidades dão aulas em parques

Profissionais oferecem aulas em diversos espaços públicos da cidade e reúnem um público interessado em praticar atividade física fora da academia

Por Jussara Soares
Atualizado em 1 jun 2017, 17h30 - Publicado em 8 nov 2013, 17h49
Esportes em parques
Esportes em parques (Lucas Lima/)
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Enquanto aguarda alguns de seus alunos sob a marquise do Ibirapuera, o instrutor de patinação Robson Corvo cantarola os versos “Vem chegando o verão, o calor no coração…”. A música de Marina Lima, sucesso na década de 80, define o período do ano em que muitos trocam a academia pelos exercícios ao ar livre.

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É, portanto, quando ele mais lucra com sua atividade. Com 21 anos de prática e ministrando aulas no principal parque da capital desde 2001, Corvo vê o número de interessados aumentar 40% entre novembro e março. Atualmente, treina setenta pessoas, de 4 a 76 anos de idade. Advogados, médicos, engenheiros e arquitetos estão entre os que mais procuram sua ajuda para aprender a patinar.

Cada sessão dura uma hora e meia e custa 50 reais. Nas primeiras lições, Corvo ensina a usar o freio e a realizar curvas. “É um esporte lúdico, transmite a sensação de que você flutua no ar”, define. Entre seus pupilos está a artista plástica Viviane Queiroz, adepta da modalidade há dois anos. “Não consigo ficar presa em uma sala, aqui tenho mais liberdade”, diz ela, que também usa o Ibirapuera para correr com uma personal trainer. São paulistanos como Viviane, que não se adaptam à rotina da musculação e preferem atividades em ambientes externos, que têm levado diversos instrutores esportivos a buscar um trabalho ao sol.

 

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Embora São Paulo conte com 96 áreas de lazer municipais e outras oito estaduais, esses profissionais concentram-se principalmente em parques das zonas Oeste e Sul. O professor Darlan Marçal, que se classifica como “ex-marombeiro”, deixou o emprego em uma academia há nove anos e em 2011 fundou a Pacefit, assessoria esportiva de caminhada e corrida. “As pessoas vivem em espaços fechados, trabalham em escritórios, vão ao shopping e cada vez mais sentem necessidade de interagir com o meio ambiente”, afirma.

Sua empresa, que tem outros quatro tutores, atende 130 alunos em diferentes locais da cidade, como o Parque do Povo e o Estádio do Pacaembu. Por 185 reais mensais, os clientes podem se exercitar todos os dias e contam com atendimento de nutricionista e fisioterapeuta aos sábados. “O brasileiro gosta de ser mimado”, justifica Marçal, que fornece água e bebida isotônica durante os treinos.

Sobre uma bicicleta, Ronaldo Martinelli fez da Cidade Universitária, na USP, seu local de trabalho. Como o ciclismo no câmpus é permitido somente até as 7 damanhã, ele se posiciona por volta das 5h30, às terças e quintas, para liderar um grupo de até trinta atletas amadores em busca de preparação para provas de triatlo. “A maioria deles saiu do sedentarismo”, diz Martinelli, que também é técnico de corrida. Sua assessoria esportiva, a 5ways, tem 300 cadastrados, que pagam entre 149 e 269 reais por mês.

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Esportes em parques
Esportes em parques ()

De modo mais informal, Wellington Santos começou a oferecer condicionamento físico em parques e praças do Alto de Pinheiros no começo deste ano. Usando apenas elásticos e equipamentos dos próprios espaços públicos, ele trabalha coordenação motora, agilidade, velocidade e fortalecimento da região abdominal. Tem aproximadamente trinta alunos, que treinam individualmente, em duplas, em trios ou grupos maiores e pagam mensalidade de 200 reais.“Como a rotina de exercícios muda todo dia, a atividade torna-se menos monótona que a musculação”, afirma.

Até aulas mais incomuns vêm reunindo interessados. Há dois anos, a estudante de educação física Thaís Braga vem ensinando manobras de skate a crianças e adultos em áreas como o Villa-Lobos e a Praça Roosevelt, sempre nos fins de semana. Atualmente tem sete alunos, que pagam 50 reais por uma sessão de uma hora. “Muitos me procuram para aprender um esporte que está na moda”, diz.

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