Drinques (quase) esquecidos nos bares de São Paulo
É difícil ver alguém pedir um cuba libre, uma batidinha ou um hi-fi no bar; confira estas e outras bebidas fora de moda
Hoje muita gente bebe (e fala de) negroni e gim-tônica, drinques clássicos que voltaram aos balcões, mas deixa de lado a velha batidinha tomada junto da feijoada ou a saudosa cuba libre, que refrescava antigas gerações nos bailes da vida.
Muitos deles utilizavam destilados de baixa qualidade ou abusavam no leite condensado. “Antes não tínhamos tantos produtos importados no Brasil, que foram chegando nos anos 90”, explica o experiente barman Derivan de Souza, hoje no Numero.
A mistura dos energéticos com vodca e uísuqe, sobretudo a partir da mesma década, também colaborou para o esqucimento dos antigos drinques, segundo outro barman Kascão Oliveira, na ativa desde os anos 80. “Os bares foram diminuindo a venda de coquetéis.”
Embora na última década tenha havia um revival de clássicos, as velhas pedidas consideradas de gosto duvidoso continuam quase no esquecimento — ou são tomados às escondidas. Quantos dos drinques abaixo você se lembra?
Batida: um ‘must’ dos anos 70, hoje essas bebidas cremosas e docinhas de frutas e leite condensado estão cada vez mais raras. No Pirajá, é possível tomar versões mais atualizadas, sem tanto açúcar.
Bombeirinho: a mistura baratinha de cachaça ruim e groselha (para esconder o sabor do destilado) foi banida de muitos lugares.
Cuba libre: o mix de Coca-Cola e rum, símbolo para muitos da Guerra Fria, sumiu tal qual o Muro de Berlim. E tem a sua versão tupiniquim, o samba, com pinga na fórmula.
Espanhola: vinho tinto barato, leite condensado e abacaxi. Muitos já beberam o coquetel à beira mar (e não contam pra ninguém…).
Hi-Fi: clássico das baladas (ops, discotecas) do passado, é uma mistura fácil e prática de vodca de refrigerante de laranja. A versão com o suco da fruta é o screwdriver.
Maria-mole: simples, a pedida de conhaque e vermute branco só é encontrada em botecões. Tem uma versão mais ‘chique’ no Riviera Bar.
Kir Royal: drinque fino do passado (sim, ele é servido na taça flûte — faça biquinho –, aquele da champanhe), é composto de espumante e licor de cassis.
Meia de seda: é para os chocólatras que não dispensam o doce nem na bebida — e lembra outro sumido, o alexander. Leva conhaque, licor de cacau e creme de leite.
Piña colada: de espírito tropicaliente, a pedida de rum, abacaxi e leite de coco não tem uma legião enorme de fãs nos dias de hoje.
Rabo de galo: cachaça e vermute tinto dão forma à pedida só encontrada nos pé-sujos. Vai encarar?
Sex on the beach: não, o nome insinuante não atrai mais tantos bebedores. Vodca, laranja, licor de pêssego e grenadine são os ingredientes da pedida, que lembra um pôr-do-sol no copo.