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Racionamento de água no interior chega a durar quatro dias seguidos

Enquanto o volume morto do Sistema Cantareira atinge 7% de sua capacidade máxima, alguns municípios estão cortando a água da população desde fevereiro

Por Alessandra Freitas
Atualizado em 5 dez 2016, 14h01 - Publicado em 2 out 2014, 14h24

Nesta semana, o Sistema Cantareira atingiu o nível de 7% da capacidade de armazenamento do volume morto de seu reservatório. A seca traz reflexos para a capital, onde muitas casas e estabelecimentos comerciais enfrentam falta d’água em horários específicos do dia, mas é mais crítica em outras cidades do estado. Em algumas delas, as torneiras secam por até quatro dias seguidos. Na última terça (30), o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu, anunciou um plano para lidar com a crise hídrica no interior, principalmente na área da bacia PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí). A intenção é reduzir ou até interromper a captação nesess rios e seus afluentes, responsáveis por abastecer cerca de 5,5 milhões de paulistas. Confira como está a situação em algumas cidades do interior:

Casa Branca

26 800 habitantes, a 230 quilômetros da capital

A prefeitura implantou o racionamento há quatro meses. É realizado um sistema de rodízio por bairro, de modo que cada região seja abastecida em dias alternados. Em 18 de julho, quando seus dois reservatórios locais praticamente secaram, a cidade declarou estado de emergência. Na ocasião, para contornar a crise, foi preciso realizar a transposição de água de um açude próximo e desassorear o fundo dos lagos. Agricultores da região ajudaram a bancar a obra no principal deles, o Sítio das Covas.

Itu

156 000 habitantes, a 102 quilômetros da capital

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O racionamento começou em fevereiro. Pelo plano, os moradores receberiam dez horas de água a cada dois dias, mas há relatos de pessoas que ficaram até um mês com a torneira seca. A capacidade de abastecimento atual está em 20 milhões de litros por dia, enquanto a demanda da população gira em torno de 62 milhões de litros. A situação crítica desencadeou protestos e cenas de vandalismo em confrontos entre manifestantes e a polícia nas ruas. Com a revolta, a prefeitura se comprometeu, no último dia 26, a abastecer as casas, no mínimo, a cada dois dias.

Santa Rita do Passa Quatro

26 420 habitantes, a 253 quilômetros da capital

Em vigor desde o 1º dia de julho, o modelo de racionamento prevê que a cidade seja abastecida entre 18h e 6h, com interrupção das 6h às 18h. Em três ocasiões, no entanto, a população chegou a ficar sem água por 36 horas seguidas. Como há uma rede única, é impossível implantar um rodízio por bairros. A seca levou a prefeitura a reativar uma antiga represa de captação, inaugurada em 1951 e fechada há trinta anos. O local, que tem ligação com o reservatório atual, começou a captar de uma nascente próxima, para tentar amenizar a situação.

São Pedro

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31 600 habitantes, a 191 quilômetros da capital

No dia 25 de agosto, a prefeitura anunciou um racionamento entre 13h e 17h. Na metade de setembro, no entanto, com a queda no nível de água nos ribeirões Pinheirinho, do Meio e Samambaia, que abastecem a cidade, teve de antecipar o horário de início, para 9h. O turismo na região foi afetado, com queda de 20% na procura, uma vez que as cachoeiras locais estão secando.

Tambaú

25 000 habitantes, a 260 quilômetros da capital

Há mais de 150 dias em regime de racionamento, desde o dia 28 de abril, enfrenta uma das piores crises do estado. A cidade foi dividida em quatro setores: em sistema de rodízio, cada um deles é abastecido por 16 horas e passa outras 48 horas sem nada. No momento, o reservatório local conta com 1,60 metros de água, enquanto sua capacidade total é de 6 metros.

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