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Bonde percorre rota dos marcos do apogeu do comércio do café

Novo serviço turístico de Santos é criado para relembrar esse período importante da história

Por Aretha Yarak
Atualizado em 1 jun 2017, 17h08 - Publicado em 9 jan 2015, 22h00

Os visitantes que pretendem aproveitar a alta temporada em Santos poderão embarcar em uma viagem em grande estilo de volta ao passado glorioso da cidade. A jornada começa no centro histórico e se estende por um total de 2,5 quilômetros. Ao longo do trajeto, os passageiros terão a chance de conferir os principais marcos da época de ouro do café, quando as exportações do produto transformaram o local em um dos maiores centros de riqueza do Brasil.

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A viagem dura cerca de meia hora a bordo de um bonde modelo 1958. Doado pela prefeitura de Turim, na Itália, ele já era utilizado desde 2010 para passeios turísticos comuns e tem capacidade para 24 pessoas. Para estrelar o passeio temático, o veículo passou por uma reforma de seis meses.

A composição ganhou ar-condicionado, plataforma para acesso de cadeira de rodas, pintura verde e uma cafeteira preparada para oferecer de cortesia uma dose da bebida, com blend composto de grãos cultivados no interior de São Paulo e Minas Gerais. A inauguração do serviço estava prometida para sexta (9), e as saídas vão ocorrer diariamente, das12 às 17 horas (o custo do bilhete é de 6 reais) até o Carnaval. Depois disso, a atração passa a fechar às segundas.

Batizado de Bonde Café, o negócio percorre alguns dos mais importantes prédios erguidos por lá entre o fim do século XIX e o início do XX, período de auge do comércio da mercadoria. Uma das principais paradas do trajeto é a Bolsa Oficial de Café. Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em março de 2009, a sede financeira foi inaugurada em 1922 para as comemorações do centenário da Independência.

 

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O prédio tem painéis de Benedito Calixto e uma torre de 40 metros de altura que abriga um relógio importado da Inglaterra. No interior, um dos destaques é o Salão do Pregão, onde se reuniam 81 homens, entre corretores oficiais e representantes de fazendeiros e das casas de venda, para decidir o preço das sacas. O edifício funcionou com propósitos comerciais até 1986. Restaurado, reabriu em 1998 como Museu do Café.

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O tour passa ainda pelo antigo Casarão do Valongo. Erguido em estilo neoclássico em 1865, ele foi a sede da Câmara e da prefeitura até 1939. Desde junho de 2014, funciona no endereço o Museu Pelé, com mais de 2 300 peças da coleção particular do rei do futebol. Os turistas podem conhecer ainda a Casa de Frontaria Azulejada, construída em 1865 pelo comendador português Manoel Joaquim Ferreira Netto, um bem-sucedido comerciante do grão.

Durante o apogeu do ciclo do café, Santos teve um formidável impulso de desenvolvimento. A vila simples e de casas pobres deu lugar a uma cidade enriquecida, que erguia casarões, modernizava seu porto e recebia milhares de trabalhadores e comerciantes em busca de emprego.

Provadores da década de 50: após torrados, os grãos eram degustados para especificação de qualidade
Provadores da década de 50: após torrados, os grãos eram degustados para especificação de qualidade ()
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Dados do censo municipal mostram esse crescimento abrupto. Em 1890, existiam cerca de 13 000 habitantes. Quase vinte anos mais tarde, o número já saltara para perto de 80 000. A infraestrutura acompanhou a onda de progresso. Os bondinhos facilitavam o deslocamento pelo centro, os passeios à orla da praia e até as viagens à cidade vizinha de São Vicente.

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“Chegamos a ter a maior rede de trilhos proporcional ao número de habitantes da América do Sul”, conta Luiz Dias Guimarães, secretário municipal de Turismo. “O novo passeio é uma volta pela história, uma visita a esse acervo exposto a céu aberto”, comenta Marília Bonas, diretora executiva do Museu do Café, que criou o serviço em parceria com a prefeitura local.

Serviço:

Bonde Café – Saída da Praça Visconde de Mauá, no centro de Santos. 12h/17h (após o Carnaval, não funciona às segundas). R$ 6,00 (menores de 5 anos não pagam).

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