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Avenida Paulista irá receber cinco prédios novos até 2016

Empreendimentos cotados em mais de 300 milhões de reais já estão movimentando o mercado

Por Mariana Barros
Atualizado em 5 dez 2016, 16h11 - Publicado em 28 mar 2013, 19h20
Endereços cobiçados
Endereços cobiçados (VEJA SÃO PAULO/)
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Entre os diversos ciclos de altos e baixos vividos pela Avenida Paulista — lá se vão mais de 120 anos de história —, poucos parecem tão movimentados quanto o atual, pelo menos do ponto de vista imobiliário. Desde o ano passado, vários de seus trechos se tornaram canteiros de obras, com cinco grandes empreendimentos que têm previsão de entrega até 2016. Somados, os investimentos ultrapassam a casa de 300 milhões de reais.

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Eles terminam um jejum de investimentos na área. Após um boom nas décadas de 70 e 80, marcado pela construção de edifícios que se tornaram símbolos da via, como as sedes da Fiesp (1979) e do Citicorp Center (1986), a Paulista passou por uma longa estagnação, só quebrada ocasionalmente por um ou outro lançamento isolado, como os mais recentes Condomínio CYK (2003) e a Torre João Salem (2009).

Os novos edifícios já estão movimentando o mercado. “Recebo hoje dezenas de ligações de companhias e escritórios de advocacia querendo vir para cá”, conta a corretora Valentina Caran, cuja imobiliária está instalada no Conjunto Nacional, na esquina coma Rua Augusta. Das cinco edificações que a avenida ganhará, duas são voltadas à cultura: a sede do Instituto Moreira Salles (IMS), hoje instalada num acanhado imóvel na Rua Piauí, em Higienópolis, e a unidade Sesc Avenida Paulista, que reabrirá após três anos de intensa reforma.

O IMS ocupará o terreno onde funciona o último estacionamento ainda em atividade na avenidae que fechará nas próximas semanas, abrindo espaço para a ação de escavadeiras e bate-estacas. “Construir na Paulista é muito bacana, mas é uma enorme responsabilidade”, diz Marcelo Morettin, sócio do Andrade Morettin Arquitetos, responsável pelo projetodo IMS, ao lado do colega Vinícius Andrade.

O escritório foi um dos seis participantes de um concurso promovido pela fundação em 2011 na fazenda da família Moreira Salles em Matão, no interior do estado. Cada um dos concorrentes podia levar apenas uma caixa de madeira com a maquete do projeto e, durante a apresentação, encaixá-la numa versão em miniatura da Paulista. Entre os membros do júri, estava Fernando Serapião, arquiteto e editor da revista especializada Monolito.

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Além da disputa pelo projeto do IMS, Serapião acompanhou de perto outra novela que teve como palco a mesma Avenida Paulista: a construção da Torre Matarazzo, a obra mais cara do pacote de novidades, com um custo estimado em 200 milhões de reais. “Desde 1991, o arquiteto Gian Carlo Gasperini vem tendo ideias para o aproveitamento daquele terreno, mas não conseguia tirá-las do papel”, afirma Serapião, referindo-se a um dos três sócios do escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, um dos maiores e mais tradicionais do país.

+ Galeria de imagens projetos de novos prédios na Avenida Paulista

A versão final do projeto prevê um shopping com 170 lojas e uma torre comercial de treze andares de escritórios, além de sete subsolos de estacionamento. Grande parte da demora ocorreu devido a ajustes requisitados pela prefeitura para a aprovação da planta. O imbróglio entrou em sua fase final em 2007, quando a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário e a Cyrela Commercial Properties arremataram a área por 125 milhões de reais e conseguiram desenrolar a burocracia para a aprovação da obra.

O imóvel, na esquina com a Rua Pamplona, é rico em história. Ali ficava a mansão Villa Matarazzo, onde Francisco Matarazzo Jr., o conde Chiquinho, viveu até sua morte, em 1977. As festas promovidas pelo anfitrião ficaram famosas na cidade. Uma delas, em 1945, contou com a presença de 800 convidados e foi classificada como “o casamento do século” em uma reportagem antológica de Joel Silveira para o jornal Diário da Noite. Tratava-se da união da filha do conde, Filly Matarazzo, com o também milionário carioca João Liberal Martinez de Hoz Lage.

Algumas das características da Paulista, que parecem ter ficado um pouco esquecidas nos últimos tempos, estão ajudando as incorporadoras a voltar a olhar para ela. Diferentemente das avenidas Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini — que receberam investimentos para tentar assumir o posto de principal centro de negócios da capital —, a Paulista conta com uma linha de metrô percorrendo toda a sua extensão de 2,6 quilômetros, além de ser servida por quase quarenta linhas de ônibus. A Faria Lima, com 4,6 quilômetros, dispõe de uma estação de metrô, enquanto a Berrini tem apenas uma ligação com a linha 9 – Esmeralda da CPTM.

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Além da vantagem do acesso mais fácil ao transporte público, a Paulista é a que oferece melhor localização e infraestrutura de serviços, comércio e alimentação. “Sua presença cultural também é importantíssima e ajuda a manter a avenida movimentada e segura”, afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio, citando as programações de Masp, Itaú Cultural, Fiesp e Reserva Cultural. Com tudo isso, ela tem tudo para voltar aos seus melhores dias.

SOBRE OS NOVOS EMPREENDIMENTOS

Altura do nº 2424

Instituto Moreira Salles

■ Início: abrilde 2013

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■ Término: 2016

■ Investimento estimado: 30 milhões de reais

Prevê salas de exposições, cinema, biblioteca de fotografia, salas de aula para cursos, cafeteria e loja, além de novos espaços administrativos para o instituto, hoje instalado na Rua Piauí, em Higienópolis

Altura do nº 1230

Torre Matarazzo

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■ início: 2011

■ Término: 2015

■ investimento estimado: 200 milhões de reais

Concebida pelo escritório Aflalo & Gasperini, teve sua primeira versão em 1991. Em 2007, ganhou o desenho definitivo. Terá um shopping com 170 lojas etorre com treze andares de escritórios, sete subsolos de estacionamento e uma praça aberta ao público

Altura do nº 867

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Paulista 867

■ Início: 2012

■ Término: 2016

■ Investimento: 30 milhões de reais

A torre de escritórios ocupará o terreno na esquina da Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio deLima, onde até 1982 existia a “CasaMourisca”, apelido da mansão de Josephina Lotaif

Altura do nº 119

Sesc Avenida Paulista

■ Início: 2010

■ Término: 2013

■ Investimento:60 milhões de reais

Trata-se de um amplo retrofit de um edifício dos anos 70, transformado para abrigar atividades esportivas e culturais, além de um restaurante na cobertura

Altura do nº 91

Paulista Tower

■ Início: 2012

■ Término: 2015

■ Investimento: 25 milhões de reais

Com dez andares e salas de até 594 metros quadrados, foi desenhada pelo escritório Königsberger Vannucchi.Tem fachada inspirada no Edifício Pauliceia, também na Paulista. Oferece varandas com vista para a vizinha Casa das Rosas

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