Atletas veganos mantêm dieta sem nenhum alimento de origem animal
Nada de carne, ovos e leite no cardápio. O negócio é colorir o prato com vários vegetais e até recorrer ao whey protein de arroz
Os chamados “marombeiros”, aqueles fortões que passam o dia na academia, fazem da dieta carnívora uma prioridade. Uma leva de atletas, porém, vem rejeitando o franguinho no vapor e outras opções consideradas essenciais para muitos dos que malham pesado. São os veganos, seguidores de um estilo de vida que prega o respeito aos animais e tem crescido na cidade, com estabelecimentos especializados e eventos relacionados ao tema. Ou seja, não espere vê-los recarregando as baterias com leite, ovos, mel nem qualquer tipo de carne — até o catchup fabricado com corante vermelho de insetos foi banido da despensa.
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Uma das adeptas é a jogadora de vôlei do Esporte Clube Pinheiros Ana Paula Ferreira, conhecida como Fofinha. Há dois anos, a moça de 35 anos resolveu revolucionar o menu. Começou a ler sobre veganismo e viu-se incomodada com o abate dos bichos. “Desde a mudança, mantive minha força, e meu corpo responde mais rapidamente”, garante ela, que treina cinco horas por dia. A nutricionista Alessandra Luglio, porém, alerta os interessados: “Dá para ter uma vida saudável com essa opção, mas, para suprir a falta de nutrientes, os veganos precisam de uma dieta rigorosa”.
Os músculos torneados do fisiculturista Felipe Garcia do Carmo, o Fefeu, não deixam nada a desejar em relação aos dos seus concorrentes carnívoros nas competições das quais participa. De Sorocaba, no interior, o rapaz de 91 quilos e 1,80 metro de altura exibe com orgulho no Instagram suas refeições monstras (a exemplo de um prato de 1 quilo de macarronada com tofu), usando hashtags como #peloplaneta.
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Os suplementos não ficam de fora. O empresário Beto Loureiro vendia whey proteins comuns, produzidas a partir do soro do leite. Virou Vegano e criou, em 2014, a VeganWay, empresa com fábrica no interior que produz suplementos vegetais à base de arroz e ervilha. “Quando cancelamos o fornecimento dos itens antigos, deu até uma dor no peito. Tínhamos um faturamento consolidado”, lembra ele, atualmente patrocinador de dezesseis atletas adeptos da filosofia. “Hoje, vendemos cerca de 3 000 potes por mês, crescemos 30% em janeiro, em relação a dezembro e exportaremos para a Alemanha”, comemora.