Matiz

Resenha por Saulo Yassuda

Um edifício dos anos 1940 no Centro é, desde setembro de 2023, a sede para o Matiz, bar dedicado à música. Depois de enfrentar a fila que às vezes se forma no lobby, abrir a comanda (a entrada varia de R$ 20,00 a R$ 30,00) e subir pelo elevador os onze andares até a cobertura, o visitante encontra uma surpresa ao chegar. Atrás da mesa de DJ, uma janela dá vista ao icônico Edifício Viadutos, do arquiteto Artacho Jurado, em uma visão emoldurada por nichos com discos de vinil. A semana por lá se inicia de leve. Às terças, tem a sessão de audição temática, com música ambiente, ou jam sessions. Os DJs começam a aparecer às quartas, e os beats eletrônicos e o clima de balada, mais para a quinta-feira. Pouco a pouco, a galera entre 20 e 30 e poucos anos vai se aglomerando em frente à cabine e mexendo o “corpitcho”. Além de convidados, nos toca-discos se revezam residentes como Márcio Vermelho, Marky, Lys Ventura, Magal, KL Jay, Nyack, o projeto Pista Quente e tantos outros, com espaço para house, disco, hip hop, R&B, reggae, jazz, brasilidades… A experiência é reforçada pela engenharia sonora excelente, que permite a incrível resolução aos ouvidos. Sofás e algumas poucas mesas são reservados por grupos ou “raptados” por algum casal, que beberica os drinques do bartender mexicano Allan Suarez, como o tropicana (uísque, água de coco, caju e lichia; R$ 44,00) e o matita perê (uísque, gengibre, tucupi preto e coentro; R$ 42,00). A partir de outubro, poderão ser acompanhados de petiscos do chef-consultor Mario Panezo. Entre uma batida musical e outra, não deixe de curtir alguns momentos na varanda rodeada de prédios. Não é bem um espaço de audição, mas de admiração.

Informações checadas entre julho e agosto de 2024.