Mamma San

Resenha por Arnaldo Lorençato

A ideia não chega a ser original e é sempre arriscada — tem tudo para dar errado. Mas o que motivou as sócias Érica Maiera, Fernanda Prado Sampaio e Priscila Kabakian a investir R$ 3,5 milhões no Mamma San foi colocar no mesmo prato receitas de diferentes países europeus com toques de culinária asiática, em especial do Japão. Os resultados surpreendem positivamente. Há que se assinalar que Érica, responsável pelo cardápio, está longe de ser estreante no ramo. Aluna de uma das primeiras turmas de gastronomia da Anhembi Morumbi, a chef fez parte das equipes do Tasca da Esquina, do La Pasta Gialla e da extinta Casa Mathilde. Daquelas delicinhas que não dão vontade de parar de comer, o delicado tempurá de couve-flor cacio e pepe leva uma nuvem de queijo parmesão e um sopro de pimenta-do-reino (vale reforçar à mesa). Custa R$ 48,00. Ainda no capítulo das entradas, o guioza da casa (R$ 55,00, cinco unidades), rico em tempero, é recheado de carne de porco, abobrinha e cebolinha. Com jeitão de sashimi em rolinhos, o tuna fico (R$ 66,00) dá nome ao atum laminado com figo brûllé ao molho de missô picante. Merece um ajuste o arroz caldoso de polvo com mix de cogumelos e ervilha-torta (R$ 98,00), que, embora saboroso, veio com um tentáculo do molusco molengão na minha visita. Junto de polenta cremosa e uma farofinha crocante de farinha panko e alho, o oshibuco (R$ 88,00) é um ossobuco cozido em vinho tinto, desfiado e prensado ao aroma de folhas de horenso. Ponto alto para fechar a refeição, a panacota (R$ 36,00) de ótima textura vem com o arremate de calda de morango defumado e crumble de castanha-do-pará e coco. Ainda não provei, mas há um omakassê, ou a degustação da chef, no jantar de sexta e sábado, a R$ 350,00, com reserva obrigatória.

Informações checadas em outubro de 2024.