Atlântico 212

Resenha por Saulo Yassuda

Os sócios Victor Collor e Stefan Weitbrecht, também à frente do Cozinha 212, mergulham fundo em um tema que está em alta em São Paulo: os lugares para comer peixes e frutos do mar sem frescura. Mas, em vez de um boteco ou um restaurante estrito, chegaram ao meio-termo num local onde a bancada da cozinha aberta ao salão é tão importante quanto o balcão de bar ao lado. Esse é o Atlântico 212, montado na esquina da Rua dos Pinheiros que por muitos anos pertenceu ao japonês Hideki. O espaço é todo aberto, arejado e banhado de luz natural durante o dia — à noite, a iluminação é amena e tem agradado a casais e grupos que buscam um encontro descontraído. Para ir petiscando enquanto papeia, vale ir de croqueta de siri (R$ 28,00 a unidade) e de salada de caranguejo, salsão e noz-pecã (R$ 44,00), quase um salpicão festivo. Ou o lingueirão, nome dado à navarra (Espanha) ou couteau (França), molusco comprido das águas do Atlântico Norte que vem do Chile, mas já começou a ser cultivado em Santa Catarina. O par com ovas de truta sai por R$ 68,00. Dá ainda para se divertir com o saboroso tuna katsu sando (R$ 58,00), filezão de atum empanado e frito, mas gostosamente cru no interior, repolho-roxo, mostarda e molho tonkatsu no pão de leite. Passado pela brasa a lenha, assim como parte dos pratos, o olho-de-boi defumado fica com a pele tostadinha e o interior úmido e vem ao lado de tomatinhos confit e creme azedo (R$ 88,00). Chula, a bartender do ano pelo COMER & BEBEr 2022, é a consultora da área etílica. Seu a.mar (R$ 47,00) mescla rum, suco de maçã verde clarificado e vinho manzanilla de maneira muito balanceada. O dry martíni (R$ 50,00), um clássico, é um sucesso.

Informações checadas em outubro de 2024.