Desde que foi anunciada a criação do ErotikaLand, primeiro parque erótico do país na região de Piracicaba, o vereador Matheus Erler iniciou uma cruzada contra o empreendimento – cuja maquete prevê roda-gigante e labirintos para a prática de sexo. Evangélico protestante e presidente da Câmara dos Vereadores da cidade, Erler alega razões “morais” e “éticas” para ser contra a Disney picante. Aos 33 anos, casado e apreciador de relógios dourados, o político do Partido Socialista Cristão (PSC), o mesmo do deputado Marco Feliciano, fala sobre seu combate:
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Por que o senhor trabalha para que a ErotikaLand não seja construída em Piracicaba?
Tenho valores éticos e morais. No passado, Piracicaba era conhecida como a “Amsterdã Brasileira” devido ao alto consumo de drogas. Conseguimos mudar essa realidade. Hoje, somos a capital do humor, do etanol e da tecnologia. Não podemos ser conhecidos como a capital do sexo. Isso seria péssimo para a nossa imagem.
A sua religião influencia nessa linha de pensamento?
Não sou contrário por princípios religiosos, nem me considero moralista. Mas se ter moral é ser moralista, então pode dizer que eu seja. Na verdade, esse negócio pode trazer prostituição e consumo de droga para a cidade.
Pode explicar melhor?
O público que o parque atrairá não será de famílias, mas de pessoas libertinas. Farão sexo pelo sexo, sem compromisso. Onde já se viu entrar em um roda-gigante para fazer sexo com desconhecidos, também terá um labirinto para a prática.
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Não acha temerário associar o sexo ao consumo de drogas?
Veja bem, todo negócio que atrai turistas em geral pode sofrer com o consumo de drogas. Mas se fosse a construção de um parque do Beto Carreiro, por exemplo, o público que viria seria diferente, com pais e crianças. Eles dificilmente fariam uso de entorpecentes.
Já foi iniciada a construção do ErotikaLand?
Não. Os empreendedores sequer protocolaram na prefeitura algum documento comprobatório de que esse parque será instalado aqui. Mas minha luta não acabou. Enquanto eu não tiver a absoluta certeza de que não virá para Piracicaba, eu não irei me tranquilizar.
Se o parque for instalado em uma cidade vizinha à Piracicaba, como Limeira, o senhor seguirá com a sua luta?
Não, daí será problema dos limeirenses (risos).