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Como estão as mulheres mais bonitas de SP destacadas pela Vejinha em 2006?

Vejinha 35 anos: a reportagem de capa de outubro de 2006 destacava as trinta mulheres mais bonitas da cidade, mas faltava diversidade

Por Alice Padilha
Atualizado em 27 Maio 2024, 16h46 - Publicado em 18 dez 2020, 06h00
As mulheres foram selecionadas por um júri de 32 personalidades, que incluía empresários, estilistas e jornalistas da área de moda
As mulheres foram selecionadas por um júri de 32 personalidades, que incluía empresários, estilistas e jornalistas da área de moda (Alexandre Schneider/Veja SP)
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Em tempos de redes sociais, a Vejinha que chegou às bancas em 4 de outubro de 2006 com certeza teria virado trending topic. A manchete “As 30 mais bonitas da cidade” acompanhava a foto de Isabella Fiorentino, Cris Barros e Rita Lobo, três mulheres com perfis bem semelhantes para uma edição que se pretendia diversa. As candidatas foram selecionadas por um júri de 32 personalidades, que incluía empresários, estilistas e jornalistas da área de moda, que podiam apontar espontaneamente cinco nomes. As condições eram que elas morassem em São Paulo e não poderiam ser parentes, funcionárias ou clientes dos jurados. Ninguém escolheu a si mesma, mas quatro avaliadoras foram eleitas com votos alheios. Dois pontos interessantes sobre o time nomeado são a diversidade de idades, que variavam de 24 a 67 anos, e de profissões. Entretanto, algo que não passaria despercebido em 2020 é a escassez de mulheres negras — apenas a atriz Adriana Lessa foi escolhida — e gordas. Além dos padrões de beleza, a vida dessas mulheres também mudou muito nesses catorze anos. Há quem tenha abandonado as passarelas em definitivo, fundado movimento político e até começado um estágio aos 52 anos. Veja a seguir como estão cinco delas atualmente.

Capa de 4 de outubro de 2006:
Capa de 4 de outubro de 2006: “As 30 Mais Bonitas da Cidade” (Alexandre Schneider/Veja SP)

COSTANZA PASCOLATO – CONSULTORA, 81 ANOS

Um dos nomes mais influentes da moda nacional e a mais velha entre as selecionadas pela reportagem de 2006, Costanza não ficou muito confortável com a indicação. “Era uma época de transição para mim. Cerca de um ano depois, inventei a persona que apresento hoje. Mudei meu penteado, assumi o cabelo branco e passei a usar óculos. Estilizei todas as fragilidades que adquiri com a idade. Hoje, minha relação com as marcas de envelhecimento é tranquila, acho minhas rugas graciosas”, conta. Aos 81 anos, ela trabalha como consultora de moda, caminha pelo menos três quilômetros todos os dias, medita e faz aulas de ginástica quatro vezes por semana. “Hoje tenho muito menos tempo para viver, então busco aproveitar meus dias da melhor forma possível”, pontua. Todas as manhãs, passa cerca de uma hora se penteando, toma muita água, ouve as notícias no rádio e gasta horas conversando ao telefone.

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Estilo: Costanza usou as marcas do tempo a seu favor
Estilo: Costanza usou as marcas do tempo a seu favor (Alexandre Schneider/Veja SP/Divulgação)

MARIANA WEICKERT – APRESENTADORA, 38 ANOS

No ano de publicação da reportagem, a então modelo veio de Nova York para uma semana de moda em São Paulo e nunca mais retornou para a metrópole americana. “Desenvolvi aversão àquela vida, mas cheguei aqui e não sabia o que fazer. Até que veio o convite para apresentar o MTV Pé na Areia, e depois disso nunca mais saí da televisão”, relembra. Atualmente, Mariana produz reportagens especiais para o Domingo Espetacular, da Record, e não se importa com as críticas por não ser formada em jornalismo. “Procuro evidenciar realidades adversas, mostrar o que ninguém mostra. Eu me sinto muito mais realizada”, afirma. Ela tem dois filhos, Theresa, de 2 anos, e Felipe, de 5 meses. Durante a última gestação, foi diagnosticada com Covid-19 e teve medo de transmitir o vírus para o bebê, que fez quatro testes negativos e está saudável. Não se considera uma pessoa vaidosa, mas pensa em fazer algum procedimento estético para disfarçar as marcas da gravidez.

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Passarelas nunca mais: Mariana se apaixonou pela televisão
Passarelas nunca mais: Mariana se apaixonou pela televisão (Alexandre Schneider/Veja SP/Leo Aversa/Divulgação)

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ROSANGELA LYRA – EMPRESÁRIA E ATIVISTA, 55 ANOS

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Rosangela era diretora de uma multinacional de moda quando foi selecionada pela Vejinha, mas sempre desejou se posicionar politicamente, o que a levou a desistir do cargo alguns anos depois. “Na época me chamaram de louca, mas eu estava muito decidida. Eu me senti liberta e me tornei uma pessoa mais alegre e divertida”, avalia. Em 2013, fundou o movimento Política Viva, que tem como objetivo promover a educação política e combater fake news. Nunca fez nenhum procedimento estético, não se incomoda com as rugas e não pretende pintar os fios brancos. Há quatro anos criou o Programa Longeuxs de bem-estar e felicidade. Continua tomando banho gelado todos os dias, mesmo em dias frios.

Rosangela: ativismo político
Rosangela: ativismo político (Alexandre Schneider/Veja SP/Divulgação)

ADRIANA VILARINHO – DERMATOLOGISTA, 51 ANOS

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Uma das dermatologistas mais conhecidas de São Paulo, Adriana ficou surpresa ao ser selecionada para a reportagem de 2006 ao lado de grandes celebridades da época. De lá para cá, sua carreira prosperou e ela abriu mais quatro unidades de sua clínica na cidade, onde já atendeu famosos como Gisele Bündchen, Adriane Galisteu e Daniella Cicarelli. Tem três filhos, Catarina, de 16 anos, Antonio, de 14, e Francisco, de 11. “A matéria não teve tanta repercussão e visibilidade como teria hoje, com as redes sociais. Foi superlegal, mas ela apareceu e logo desapareceu, sem muita comoção”, pondera. Não tinha feito nenhuma plástica até a publicação da capa, mas há alguns anos optou por uma blefaroplastia, que levanta as pálpebras e elimina bolsas de gordura embaixo dos olhos.

Sucesso profissional: Adriana abriu mais quatro clínicas
Sucesso profissional: Adriana abriu mais quatro clínicas (Alexandre Schneider/Veja SP/Ligia Bizera/Divulgação)

ANGELITA FEIJÓ – ATRIZ E APRESENTADORA, 52 ANOS

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Aos 52 anos, Angelita deixou a carreira de atriz para investir em uma nova possibilidade: está no segundo ano da graduação em direito e é estagiária em um escritório de advocacia criminal. Conta que a faculdade de direito era um sonho antigo e chegou a prestar um vestibular na área durante a adolescência, mas não passou. “Fico triste quando as pessoas acham que é tarde demais para começar algo.” Na reportagem de 2006, afirmou que não revelaria “nem sob tortura” se havia feito procedimento estético. Hoje fez as pazes com a plástica e afirma que já aplicou Botox no rosto, fez lipoaspiração, uma rinoplastia e colocou silicone nos seios. “Ser bonita abre muitas portas, mas para continuar você precisa ter outras qualidades.”

Angelita: estagiária em escritório de advocacia
Angelita: estagiária em escritório de advocacia (Alexandre Schneider/Veja SP/Divulgação)

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Publicado em VEJA São Paulo de 23 de dezembro de 2020, edição nº 2718.

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