Continua após publicidade

Aplicativo vai de compra de comida e bebida a fila virtual do banheiro

Dpen já foi implantado em quinze eventos; em cinemas drive-in, por exemplo, um totem faz a leitura dos ingressos e também há cardápio digital

Por Fernanda Campos Almeida
11 set 2020, 06h00

Esperar mais de uma hora na fila de um grande festival para comprar apenas uma garrafa de água foi o que motivou Luis Palomares, 28, a criar em 2019, em parceria com o diretor de operações João Mollo, 31, o Dpen, aplicativo de pagamento sem contato. Mas a chegada do novo coronavírus ao país trouxe também o cancelamento de todos os eventos da empresa. Não entrou um centavo sequer na receita da startup até junho, quando os sócios lançaram o Dpen Touchless, que oferece soluções do início ao fim de qualquer tipo de apresentação.

A experiência começa logo na entrada. Em cinemas drive-in, por exemplo, um totem faz a leitura dos ingressos dos participantes sem que precisem sair do carro. Na vaga escolhida, o cliente acessa o aplicativo por meio de um QR code, que oferece o cardápio digital. O pedido e o pagamento (com todo tipo de cartão) são feitos na mesma plataforma e o garçom faz apenas a entrega em uma bandeja. Se precisar ir ao toalete, basta acessar uma fila digital. Há um segundo sistema que se conecta ao celular do cliente e indica quando a cabine do banheiro está disponível e higienizada para o próximo usuário. Além disso, a tecnologia oferece dois canais de bate-papo: um de comunicação com a organização do evento para possíveis imprevistos ou reclamações, e um chat para interação (ou até paquera) com outros espectadores.

Segundo Palomares, o Dpen Touchless é o único Progressive Web App (PWA) — aplicativo que não precisa de download ou instalação, sendo acessado pelo navegador — do Brasil. A ferramenta foi pensada junto ao projeto Cine Stella, drive-in localizado na Arena Estaiada, Zona Sul, inaugurado em 12 de junho e com capacidade para 100 carros. Os sócios do espaço tiveram de negociar com a prefeitura e outros órgãos públicos um protocolo de segurança de abertura no meio da pandemia. “Precisávamos garantir ao governo, aos organizadores e ao público que as pessoas não encostassem umas nas outras”, explica Palomares. A tecnologia foi peça-chave para que os paulistanos pudessem assistir a filmes fora de casa novamente.

+Assine a Vejinha a partir de 6,90

Luis Palomares: fundador da Dpen (Divulgação/Divulgação)

Logo depois, o recurso foi implantado em outros eventos no Complexo Parque Estaiada. O Varanda Estaiada, restaurante temporário cujo carro-chefe são as carnes e o primeiro evento gastronômico a céu aberto desde o início da quarentena em São Paulo, usa o sistema desde a abertura, às 14 horas, até a saída do último cliente, às 22 horas.

Continua após a publicidade

“Meu jantar superou minhas expectativas. Sou o tipo de pessoa que odeia pegar filas e não passei por nenhuma, nem para ir ao banheiro. Senti-me seguro e não tive aquela experiência desagradável de ter o garçom me pressionando na hora de fazer o pedido”, conta Raphael Lima, 28, que foi ao Varanda com amigos.

O complexo já tem novos planos para os paulistanos com uso do aplicativo. “No campo de futebol que fica atrás do drive-in, planejamos criar um bar a céu aberto, em outubro, para 1 000 pessoas. Mas, por ser uma quantidade alta de frequentadores, primeiro precisamos que a cidade entre na fase verde do Plano São Paulo (programa de flexibilização da quarentena)”, explica Bob Dannenberg, 27, proprietário do Complexo Estaiada.

Dos quinze eventos que implantaram a Dpen Touch less no país, oito foram na cidade de São Paulo. “Já sabíamos que o contato para fazer pedidos seria eliminado, mas não como seria na prática. É inviável sair de um estádio lotado durante um jogo para comprar algo para comer, por exemplo. Se apps de entrega já levam comida até a casa das pessoas, por que não uma ferramenta que entregue pedidos na cadeira do cliente?”, diz Palomares.

+Assine a Vejinha a partir de 6,90

A câmera detecta o QR code e abre o cardápio digital no celular (Flashbang/Divulgação)

A programação da casa temática de country e sertanejo Villa Country, na Zona Oeste, também apostou na tecnologia na reabertura, no dia 8 de agosto (foram quatro meses de portas fechadas), e em edições do Feijoada do Villa, que oferece “open” do prato brasileiríssimo. Para eventos sem uso de automóvel, o aplicativo criou a função de “fila de saída”, para evitar aglomeração no aguardo do vallet ou de carros cadastrados em aplicativos na hora de voltar para casa. Como tudo já é pago quando se faz o pedido, dispensa-se o caixa e a espera para fechar a comanda.

No total, entre o dia do lançamento, 11 de junho, e a primeira semana de setembro, foram registrados 100 000 carros em seis drive-ins no estado e 10 milhões de reais em transações pelo aplicativo.

Os fundadores planejam expandir o serviço para todas as capitais e começar a atuar em eventos sem lugares marcados, como shows. O Espaço das Américas, por exemplo, já está mapeado no sistema da Dpen, apenas esperando a capital paulista dar sinal verde para esse tipo de evento retornar com segurança.

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 16 de setembro de 2020, edição nº 2704.

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.