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Projeto de expansão do Sesc privilegia o Centro da capital

Até 2029, cidade de São Paulo ganhará oito unidades do Sesc, sendo três delas na região central, onde já há outras cinco

Por Clayton Freitas
16 jun 2023, 06h00
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  • O ambicioso projeto do Sesc São Paulo de criar doze unidades no estado (ao custo total de 6,5 bilhões de reais) e passar dos atuais 15 milhões de atendimentos anuais para 30 milhões privilegia a região central da capital, a que já conta com maior quantidade de serviços da entidade. Por lá serão criados o Dom Pedro II, no Brás, o TBC e o 14 Bis, ambos na Bela Vista. Além disso, o antigo prédio do Mappin, o Edifício João Brícola (foto acima), em frente ao Theatro Municipal, será a nova sede administrativa da instituição.

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    Vista do teatro Raul Cortez a partir do palco, espaço é a joia da coroa do Sesc 14 Bis
    Vista do teatro Raul Cortez a partir do palco, espaço é a joia da coroa do Sesc 14 Bis (Evelson de Freitas/Sesc/Divulgação/Reprodução)

    Das quinze unidades já existentes na capital, cinco estão no Centro: 24 de Maio; Paulista; Bom Retiro; Carmo e Consolação. Se forem somados outros serviços especializados, como o Centro de Formação e Pesquisa, no prédio da Fecomercio, o núcleo específico de odontologia na Florêncio de Abreu (imediações da 25 de Março) e o Cinesesc, na Augusta, o número sobe para oito. “Eu ouvi comentários de gente dizendo que há excesso de atenção do Sesc ao Centro de São Paulo. E daí?”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional da entidade. “O Centro justifica qualquer coisa que fizer lá.” A concentração, segundo diz, se justifica pela região ser um local de passagem de milhões de pessoas. Além disso, é farta na oferta de transporte público, o que facilita o acesso às unidades. É o caso do Sesc 14 Bis, a ser instalado no prédio da Fecomercio, que fica a poucos metros do corredor de ônibus da Avenida 9 de Julho. Está a 400 metros da praça homônima, que receberá uma estação da Linha 6-Laranja do Metrô. Atualmente, o Sesc já ocupa o terceiro e quarto andares do prédio. A “joia da coroa” da unidade é o Teatro Raul Cortez (foto acima), que conta com 513 lugares e será o quinto maior em capacidade de toda a rede. A programação do teatro só começará depois de setembro, quando termina a temporada da peça A Herança, com Reynaldo Gianecchini e Bruno Fagundes.

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    Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc

    Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SescA área expositiva do Edifício João Brícola abrirá as portas ainda no segundo semestre deste ano. Será o único local que permitirá acesso do público, já que o prédio deverá passar por um retrofit para receber os cerca de 500 funcionários do setor administrativo do Sesc que hoje trabalham no Belenzinho. “Vamos recuperar aquele prédio. É um endereço fantástico, icônico, em frente ao Theatro Municipal e perto de duas estações de Metrô.” Ainda no Centro está em andamento a unidade definitiva do Sesc Dom Pedro II. A provisória operou entre os anos de 2015 e 2020 e, mesmo com apenas três tendas e um contêiner, era muito frequentada e abrigou shows como o do trompetista Wynton Marsalis, em 2019, que contou com 8 000 pessoas. Iniciada em setembro de 2021, a construção do prédio deverá ficar pronta em 2025. O projeto da Una Arquitetos promete mudar a paisagem da região do entorno do Mercado Municipal, já que não prevê muros nem barreiras. Outra investida no Centro, e a que deve demorar mais para ficar pronta, é a recuperação do TBC, que foi sede da histórica companhia do Teatro Brasileiro de Comédia. As negociações com o governo federal para ocupação do degradado prédio começaram em 2016 e só foram concretizadas seis anos depois, no fim de 2022. A única unidade fora do Centro que abrirá as portas neste ano será a provisória do Sesc Casa Verde (Zona Norte). O local receberá a exposição Festas, Sambas e Outros Carnavais, fruto de uma parceria com o Museu do Pontal do Rio de Janeiro (detalhes dos projetos abaixo).

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    O diretor regional do Sesc admite que a distribuição das unidades é desproporcional e cita como exemplo a Zona Leste, que conta apenas com o Sesc Belenzinho, já que a unidade de Itaquera oferece atuação semelhante à de Interlagos, cujo foco é a convivência e contemplação da natureza, e não uma programação cultural e de atividades físicas. É por isso que o pacote de obras inclui duas novas unidades na região: a de São Miguel Paulista, que ocupará um prédio cedido pela prefeitura, e a de Sapopemba, que ainda não tem projeto específico. Embora já tenha sido concedido ao Sesc, o local de São Miguel Paulista ainda não pode receber nenhuma obra, já que o lugar abriga cerca de 100 carcaças de veículos que ainda serão alvo de leilão previsto para o dia 26 de junho, segundo a prefeitura de São Paulo. Somente depois disso é que o imóvel será de fato entregue ao Sesc. A empreitada das oito novas unidades na capital até 2029 é um dos maiores desafios de Danilo à frente do cargo. Funcionário do Sesc desde 1968, quando entrou para ser orientador social, o sociólogo foi alçado a diretor regional em 1984. Nos 39 anos no cargo, abriu dez unidades na capital. Aos 80 anos recém-completados, sua vontade é inaugurar todos os projetos. “Quero entregar o bastão, mas está difícil”, diz. “Oitenta anos é uma data bem significativa. Enfim, então já está na hora (de sair), claro, percebo isso há algum tempo.” Questionado sobre o que o move, ele diz ser apaixonado pelo que faz e pela cultura, além de toda a sua formação ter sido voltada para o campo social e humanista. “A saúde às vezes balança um pouco, mas eu estou tocando o barco. Fico até o momento que eu puder e tiver condições, e faço tudo como se estivesse começando hoje, mas sei que posso sair amanhã”, diz.

    As novas unidades do Sesc na capital

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    Sesc São Paulo – República (Centro)

    Edifício João Brícola será a nova sede administrativa do Sesc
    Edifício João Brícola será a nova sede administrativa do Sesc (Alexandre Battibugli/Veja SP)

    Sesc Parque Dom Pedro II – Brás (Centro)

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    Parte do terreno onde está sendo erguido o novo Sesc Parque Dom Pedro II era ocupada pelo Edifício São Vito
    Parte do terreno onde está sendo erguido o novo Sesc Parque Dom Pedro II era ocupada pelo Edifício São Vito (UNA BV Arquitetos/Divulgação/Reprodução)

    Sesc TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) – Bela Vista (Centro)

    Sesc São Miguel (Zona Leste)

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    Área interna do futuro Sesc São Miguel
    Área interna do futuro Sesc São Miguel (Levisky Arquitetos Associados/Sesc/Divulgação/Reprodução)

    Sesc Campo Limpo (Zona Sul)

    Sesc Campo Limpo terá grande praça que poderá receber shows; local já conta com uma unidade provisória há nove anos
    Sesc Campo Limpo terá grande praça que poderá receber shows; local já conta com uma unidade provisória há nove anos (Associação Escola da Cidade/Divulgação/Reprodução)

    Sesc 14 BiS – Bela Vista (Centro)

    Prédio da Fecomercio se transformará em Sesc 14 Bis
    Prédio da Fecomercio se transformará em Sesc 14 Bis (Alexandre Battibugli/Veja SP)

    Sesc Pirituba – Vila Pirituba (Zona Norte)

    Parte do futuro Sesc Pirituba ocupará terreno da antiga Sociedade Holandesa de São Paulo
    Parte do futuro Sesc Pirituba ocupará terreno da antiga Sociedade Holandesa de São Paulo (Bloch Arquitetura/Divulgação/Reprodução)

    Sesc Casa Verde – Jardim São Bento (Zona Norte)

    Inicialmente Sesc Casa Verde ganhará unidade provisória em um grande galpão de 14 000 metros quadrados
    Inicialmente Sesc Casa Verde ganhará unidade provisória em um grande galpão de 14 000 metros quadrados (+K Arquitetos Ltda/Divulgação/Reprodução)

    Outras unidades (obras novas e ampliações)

    Sesc Sapopemba (Zona Leste) – Entidade adquiriu terreno de 15 640 metros quadrados, porém ainda não definiu o projeto.
    Sesc São Bernardo do Campo Entrega: segundo semestre de 2026.
    Sesc Mogi das Cruzes – Ainda em definição.
    Sesc São Bernardo do Campo – Entrega: segundo semestre de 2026.
    Sesc Osasco A definir local e prazo.
    Sesc Franca Entrega: primeiro semestre de 2024.
    Sesc Taubaté Obra: construção do teatro e da comedoria. Entrega: segundo semestre de 2024.
    Sesc Marília Entrega: segundo semestre de 2025.
    Sesc Registro Obra: construção do parque aquático, da clínica odontológica e do espaço expositivo. Entrega: segundo semestre
    de 2025.
    Sesc Limeira Entrega: primeiro semestre de 2027.
    Sesc Ribeirão Preto Obra: reforma e construção de novo prédio. Entrega: segundo semestre de 2027.
    Sesc Presidente Prudente Obra: ampliação dos programas
    Prazo: a definir.

    Fonte: Sesc

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    Publicado em VEJA São Paulo de 21 de junho de 2023, edição nº 2846

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