Sesc assume o prédio do histórico Teatro Brasileiro da Comédia
Espaço está fechado há 19 anos; proposta é de criar uma unidade especial que deve abrir as portas até 2030
O Sesc São Paulo assumirá oficialmente a partir da próxima quarta-feira (21) a administração do prédio do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), na rua Major Diogo, na Bela Vista, que já foi um dos palcos mais importantes para o teatro nacional. Atualmente a gestora do espaço é a Funarte (Fundação Nacional das Artes), que administra o local desde 2008.
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A cessão do espaço é válida por 35 anos, que podem ser renováveis por igual período. O acordo prevê que o Sesc deve entregar um projeto arquitetônico em até dois anos, e concluir as obras em mais seis anos. Com isso, a nova unidade deve abrir as portas em 2030.
Os contatos do diretor regional do Sesc SP, Danilo Santos de Miranda, para administrar o TBC vinha desde 2016, ainda na gestão de Marcelo Calero no ministério da Cultura. Só em 2019 o acordo começou a ser discutido de fato, até que, neste ano, foi oficializada a cessão do uso do imóvel.
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Embora a proposta seja a de manter a vocação do edifício, que tem mais de uma sala de espetáculos, o projeto poderá inserir outros usos e serviços para a região.
História
O TBC foi fundado em 1948. Inicialmente ele abrigou o grupo homônimo de teatro fundado pelo empresário Franco Zampari, que por lá permaneceu durante 16 anos. Nomes como Paulo Autran, Tônia Carrero, Sérgio Cardoso, Cleyde Yáconis, Stênio Garcia e Fernanda Montenegro, entre vários outros, tiveram suas peças encenadas nos palcos do TBC. Cacilda Becker, uma das maiores atrizes de todos os tempos, encenou a sua última peça no local. Foi em 1969, quando ele teve um derrame cerebral em um dos intervalos da peça “Esperando Godot”, em que ela fazia o papel principal.
A importância do TBC também está no seu caráter formativo. Um deles foi Antunes Filho, que atuou como assistente de direção no TBC no início dos anos 1950 e depois fundou o seu próprio grupo.
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Cálculos indicam que em 16 anos o TBC recebeu 144 montagens, vistas por dois milhões de pessoas. Por problemas financeiros, o TBC (o grupo) fechou em 1964, mas o complexo de salas continuou a receber espetáculos até meados dos anos 2000 quando fechou as portas.