Maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé lamentou a decisão da Secretaria da Segurança Pública de proibir torcidas rivais em clássicos. A medida foi tomada após brigas que terminaram com a morte de uma pessoa no domingo (3), quando Corinthians e Palmeiras se enfrentaram em partida válida pelo Campeonato Paulista.
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“É muito triste [a decisão de ter torcida única]. Futebol é feito para todo mundo. Não poderia haver essa separação. Mas talvez seja necessário agora para alcamar os ânimos e as pessoas aprenderem a se respeitar”, disse ele em visita à Editora Abril na tarde desta quarta (6) para divulgar a marca de polivitamínicos Eunova. Para o craque, o que se vê hoje nos estádios também é reflexo do que acontece na sociedade. “As pessoas estão divididas e isso é muito ruim. Não há mais diálogo para nada.”
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Questionado se é a favor do impeachment, tanto da presidente Dilma Rousseff (PT) quanto do técnico da seleção brasileira, Dunga, Pelé limitou-se a falar sobre futebol. “Entendo de bola. Confio no Dunga. Ele sofre muita pressão no cargo e precisa de tempo para trabalhar”, disse o tricampeão mundial. “Ele precisa ter personalidade para pôr o time que ele quer para treinar. Agora, é claro que o Brasil vai se classificar para a Copa de 2018 [na Rússia]. Temos grandes jogadores.”
Embora tenha refeito uma cirurgia no quadril há cerca de três meses, Pelé ainda anda com dificuldades e tem passado por sessões de fisioterapia. “Agora está tudo acertadinho. Meu quadril está ficando bom de novo. Já não sinto dores e em breve abandono a bengala.”
Em dezembro do ano passado, o craque foi para os Estados Unidos para refazer uma cirurgia. Em 2012, o rei havia passado por um procedimento que instalou uma prótese na junção do fêmur com o quadril. Um deslocamento da peça provocou fortes dores no ex-atleta e ele decidiu ir para Nova York para corrigir o problema.