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“Passamos mais tempo viajando do que em casa”

Donos de um blog de viagens, Tati e Gabriel são aquele casal que adora uma aventura; o pedido de casamento foi no Alasca durante avistamento de baleias

Por Tatiana Sisti, em depoimento a Fernanda Campos Almeida
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h42 - Publicado em 27 ago 2021, 06h00
tati e gabriel abraçados com roupa de casamento sorrindo um para o outro. eles estão em um pedaço de grama a frente do mar, com um altar com plantas
cerimônia foi 'Cerimônia estendida' de casamento de Tati e Gabriel, em casa de praia no Guarujá: durou cinco dias, para que pudessem receber amigos e parentes que moram no exterior (Reprodução/Arquivo Pessoal/Veja SP)
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Gabriel decidiu, de última hora, me pedir em casamento no Alasca. O plano inicial era viajar apenas com meus pais, já que ele estava trabalhando na Noruega. Porém, uma semana antes de deixar o Brasil, ele me perguntou se teria como me encontrar lá. Não foi uma viagem fácil. Depois de dois dias e cinco voos, conseguiu chegar ao destino. No aeroporto, apareceu segurando uma baleia de pelúcia, meu animal favorito. Em um passeio de navio, ele conversou com meus pais quando eu não estava por perto. Gabriel combinou com toda a tripulação (cochichando discretamente com cada um) de nos deixar sozinhos no deque da embarcação antes de um avistamento de baleias na última parada do trajeto. Quando eu percebi que todos haviam sumido, ele fez o pedido de joelhos.

Nosso casamento foi uma cerimônia ‘estendida’. Alugamos uma casa por cinco dias na Praia de Pernambuco, no Guarujá, para receber a família do Gabriel que mora na Hungria e os amigos que moram fora do Brasil. A lua de mel durou quase um mês. Ficamos em Dubai, Maldivas e Sri Lanka.

tati e gabriel posando para a foto com mesquita ao fundo, em abu dhabi
Tati e Gabriel, já casados, visitando mesquita em Abu Dhabi como uma das paradas da lua de mel, que durou um mês e envolveu três países diferentes (Reprodução/Arquivo Pessoal/Veja SP)

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Gabriel já morou no Catar, Espanha e Nova Zelândia. Já trabalhávamos com viagens antes de nos conhecer. Ele é guia de mototurismo para brasileiros na Europa durante a temporada de verão — de maio a outubro — e instrutor de pilotagem em São Paulo. Eu escrevia sobre estilo de vida e moda, mas quando fiz minha pós-graduação em Barcelona, na Espanha, descobri que meu sonho era estar ‘em constante movimento’. Daí surgiu a ideia de criar um site sobre viagens com dois amigos sobre os destinos que conhecia. Sempre inventava uma desculpinha para viajar.

Depois que conheci Gabriel, ele acabou trabalhando no portal comigo. Decidimos criar um site só nosso, bem melhor do que o que já tínhamos. O Trip to Follow nasceu em 2018. Não temos regras para escolher nossos destinos. Seguimos nossa listinha de desejos, mas também é comum acabar indo a lugares inusitados em cima da hora por causa de passagens que entram na promoção. Fomos a Cuba sem nenhum planejamento. Recentemente voltamos de Alter do Chão, no Pará, e o lugar agora está no nosso ‘TOP 3-melhores-viagens-da-vida’.

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imagem dividida em dois: à esquerda, foto da tati sorrindo com mão estendida sendo segurada por gabriel, que aparece só com a mão na foto. ela está com a aliança de casamento no dedo anelar. à direita, foto do gabriel sorrindo enquanto segura mão de tati, que aparece só com a mão, que está com a aliança de casamento no dedo anelar, na foto. o fundo de ambas as fotos é o mar, com terra firme ao longe
Tati e Gabriel posando com o anel de noivado, em mais uma de suas viagens (Reprodução/Arquivo Pessoal/Veja SP)

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Quando Gabriel está de volta a São Paulo, passamos o tempo juntos viajando, claro. Visitamos mais de quinze países. Temos o mesmo gosto para aventuras: gostamos de lugares não tão óbvios e é raro escolhermos locais mais urbanos. Tem que ter trilha, salto de paraquedas, bungee jump, dormir na floresta. Fomos três vezes à Islândia, nossa paixão. Lá, a natureza se transforma. Assistimos ao sol se pôr à meia-noite no verão e a aurora boreal no inverno.

Eu conheci Gabriel no Tinder, em 2015. Ele morava a três quarteirões da minha casa e sempre nos ‘esbarrávamos’ nos apps de relacionamento. No perfil dele, várias fotos de lugares incríveis. Deu match. Saímos para jantar uma semana depois e em pouco tempo já estávamos namorando, completamente apaixonados. Morávamos sozinhos em apartamentos separados e repentinamente nos vimos morando juntos. Faz três anos que temos a nossa casa, mas passamos mais tempo fora dela.

Nossa vida mudou completamente durante a pandemia. Nunca passamos tanto tempo sem ficar em países separados. Foi a primeira vez que conseguimos comemorar nossos aniversários juntos. Achamos um jeito de continuar conhecendo novos lugares, mas mantendo o distanciamento social: estamos descobrindo hospedagens isoladas, principalmente cabanas. No portal, listamos mais de setenta na categoria ‘Caçadores de Hospedagens’. A maioria fica aqui na Região Sudeste. Mas no ano que vem provavelmente voltaremos à nossa rotina maluca.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 1° de setembro de 2021, edição nº 2753

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