Maria Virgínia Machado: o milagre do pisca-pisca
A médica que é especialista em cardiologia fetal e pediátrica
Uma passagem da obra de Monteiro Lobato mostra a conversa da boneca Emília com o Visconde de Sabugosa sobre o sentido da existência, na qual ela define que a vida é um pisca- pisca. “A gente nasce e começa a piscar”, diz a boneca. Para a médica Maria Virgínia Machado, essa mágica se sintetiza nos pulsos do lado esquerdo do peito. “Não há nada mais fantástico do que o momento em que o coração de um feto começa a bater”, afirma. Virgínia é uma das principais especialistas em diagnósticos na fase de gestação do país, com Ph.D. em cardiologia fetal e pediátrica pela Universidade de Londres, em uma imersão de sete anos. Hoje, trabalha no Hospital Santa Catarina e em sua clínica, a Cardiofetal, na Bela Vista. Iniciou a carreira em 1985, cinco anos depois da disseminação do uso do ultrassom, que revolucionou os exames pré-natais. Um dos casos de maior complexidade que enfrentou foi o de Mariana Metzker Lopes, 14 anos, nascida com o órgão exposto, ou seja, fora do corpo. “Disseram que ela não sobreviveria”, recorda a mãe da menina, Ana Célia Metzker Lopes. O improvável aconteceu. Mariana atualmente faz aula de balé cinco vezes por semana. “Fico cansada, mas dá para acompanhar”, conta. Devido às duas cirurgias pelas quais passou, seu umbigo precisou ser deslocado para o meio da barriga. “Quando a professora manda fazer uma postura em que a mão deve estar na altura do umbigo, olho minhas colegas para copiá-las.”. Se a garota se chateia com isso? “Nem um pouco. Afinal, olha a história que eu tenho para contar…”
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