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Lilia Schwarcz critica Beyoncé e ‘apanha’ nas redes sociais

Para historiadora, estrela pop 'glamourizou negritude'; pessoas negras, incluindo a cantora Iza, questionaram o posicionamento

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 ago 2020, 13h02

Causou alvoroço o lançamento de Black is King, novo trabalho de Beyoncé lançado em 31 de julho. Os elogios explodiram na rede, mas houve quem criticasse a obra, caso da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, que escreveu um texto em sua coluna da Folha de S. Paulo analisando o álbum visual.

Intitulado “Filme de Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha”, a estudiosa defende que a “diva pop precisa entender que a luta antirracista não se faz só com pompa, artifício hollywoodiano, brilho e cristal”. A estudiosa diz que são inegáveis as qualidades de ‘Black is King’, mas que imagens estereotipadas que criam uma África caricata causam estranheza. 

O texto em tom crítico não foi bem recebido nas redes, principalmente pelas pessoas negras, que dizem que Schwarcz não pode querer ensinar aos negros a como se expressar. A cantora Iza foi uma das que se pronunciou. “Meu anjo, quem precisa entender sou eu. Eu preciso entender que privilégio é esse que te faz pensar que você tem alguma autoridade para ensinar uma mulher negra como ela deve falar ou não sobre seu povo. Se eu fosse você (valeu, Deus), estaria com vergonha. Agora melhore!”, criticou a cantora. 

Em postagem no Instagram, Schwarcz foi duramente criticada por sua visão.

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Como tudo que Beyoncé faz, seu novo álbum visual, Black is a king, chega causando polêmica e trazendo muito barulho. Ele se baseia no projeto The Lion king: the gift, álbum de 2019, lançado conjuntamente com o filme da Disney. Nele, a cantora e compositora retoma a história clássica de Hamlet, personagem icônico de Shakespeare, mas a ambienta em algum lugar perdido do continente africano.O Hamlet de Shakespeare se passa na Dinamarca e conta a história do príncipe que tem como missão vingar a morte de seu pai, o rei, executado pelo próprio irmão, Cláudio. Traição, incesto e loucura são temas fortes da trama e da própria humanidade, de uma forma geral. Já a versão da Disney é ambientada na África e tem como personagem principal uma matilha de leões – os “reis dos animais”. No enredo, o filho Simba, herdeiro do trono, instado pelo irmão invejoso, desobedece o pai e, não propositadamente, acaba sendo o pivô da morte dele e de um golpe de Estado. O tema retoma a culpa edipiana do filho que não conseguindo vingar ou salvar o pai, perde seu prumo na vida e esquece sua história. Já Beyoncé, evoca mais uma vez a tragédia de Hamlet, mas inverte a mão da narrativa. Simba vira um menino negro que procura por suas raízes para conseguir sobreviver no mundo racista norte-americano de 2020. Só não era necessário esteriotipar dessa maneira uma África isolada e perdida no mundo com muitos leopardos e oncinhas. Melhor Beyoncé sair da sua sala de estar e tomar mais ar de realidade. (Matéria completa na Ilustrada, Folha de. S Paulo)

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As opiniões de Lilia Schwarcz costumam causar reações. Em fevereiro de 2019, por exemplo, ela foi uma das primeiras pessoas a criticar foto de Donata Meirelles, então diretora da Vogue Brasil, ao lado de mulheres negras em festa da revista. 

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