Maestro Ennio Morricone morre aos 91 anos e deixa carta de despedida

Artista foi responsável por obras musicais que marcaram a história do cinema

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 6 jul 2020, 23h15 - Publicado em 6 jul 2020, 12h21
Ennio Morricone: morte aos 91 anos (AFP/Arquivos/Reprodução/Veja SP)
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O maestro e compositor Ennio Morricone morreu aos 91 anos nesta segunda-feita (6) em Milão, na Itália. Ele foi responsável por produzir trilhas sonoras que marcaram história no cinema.

Morricone estava internado há dez dias em uma clínica em Roma após cair e fraturar o fêmur e morreu “nas primeiras horas de 6 de julho no conforto de sua família”, conforme diz nota divulgada por Giorgio Assuma, advogado e amigo do artista.

O comunicado releva ainda que Morricone escreveu o próprio obituário. Leia o texto abaixo:

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“Ennio Morricone está morto. Anuncio a todos os amigos que sempre estiveram próximos de mim e também aos que estão um pouco distantes e os saúdo com muito carinho.

Impossível nomear a todos. Mas uma lembrança especial vai para Peppuccio e Roberta, amigos fraternos muito presentes nos últimos anos de nossa vida. Há apenas uma razão que me leva a cumprimentar todos assim e a ter um funeral privado: não quero incomodá-los.

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Saúdo calorosamente Inês, Laura, Sara, Enzo e Norbert por terem compartilhado grande parte da minha vida comigo e com minha família. Quero lembrar com carinho as minhas irmãs Adriana, Maria, Franca e seus entes queridos e que elas saibam o quanto eu as amava.

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Uma saudação completa, intensa e profunda aos meus filhos Marco, Alessandra, Andrea, Giovanni, minha nora Monica e aos meus netos Francesca, Valentina, Francesco e Luca. Espero que eles entendam o quanto eu os amava.

Por último mas não menos importante (Maria). Renovo a você o extraordinário amor que nos uniu e que lamento abandonar. Para você, o adeus mais doloroso.”

Obra

Ennio Morricone nasceu em 10 de dezembro de 1928. Aos seis anos, começou a compor e, em 1961, aos 33 anos, estreou no cinema com a música de “O Fascista”, de Luciano Salce. Depois, construiu uma carreira longeva na área. Ele ganhou dois prêmios no Oscar, Globos de Outro, Grammys e BAFTAs.

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Entre suas obras estão composições para filmes como “Três Homens em Conflito”, “A Missão”, “Era uma Vez na América”, “Os intocáveis”, “Cinema Paradiso”, entre outros.

O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, lamentou a perda. “Sempre nos recordaremos, e com um reconhecimento infinito do gênio artístico, do maestro Ennio Morricone. Nos fez sonhar, nos emocionou e fez pensar, escrevendo notas inesquecíveis que ficarão para sempre na história da música e do cinema”, escreveu.

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