Como estão os campeões da Fuvest destacados pela Vejinha em 1993
O candidato de odontologia Fábio Nogi, 47, deixou as clínicas de lado e migrou para a área corporativa da odontologia
Quando foi capa da Vejinha pela primeira vez, em 1993, Eduardo Kato, 47, era um dos oito “Primeirões da USP”. Ele havia acabado de passar em primeiro lugar na Fuvest para o curso de ciências contábeis na Faculdade de Economia e Administração e conciliava a graduação com o segundo ano do curso de administração na Faculdade Getúlio Vargas. Não durou muito. Na reportagem “Onde estão os campeões”, de 1999, ele já havia trocado a carreira na Universidade de São Paulo por um mestrado em finanças e trabalhava em um banco na Avenida Paulista.
Quem gostou da história do rapaz foi Márcio Schettini, na época vice-presidente executivo do Itaú Unibanco, que leu a reportagem da Vejinha e decidiu contratá-lo como coordenador financeiro. Ele ficou por lá até 2009, quando decidiu investir em empreendimentos pessoais. “Para mim, o impacto da reportagem foi ótimo! Mas tiraram sarro de um copo de leite que tinha na minha foto”, se diverte. Atualmente, ele é proprietário da Construeco, empresa do ramo de construção civil que utiliza tijolos ecológicos.
Fábio Nogi, 47, também dava sinais de insatisfação com a carreira escolhida no texto de 1999. A solução, no entanto, foi mais sutil. Deixou as clínicas de lado e passou a atuar na área corporativa da odontologia. “Nunca fui um exemplo nos estudos. Lembro que na matéria perguntaram quem já tinha sido reprovado na escola e só eu respondi que sim. Mas a reinvenção sempre foi natural para mim”, pondera. Hoje ele é gerente nacional da Unimed Odonto e tem dois filhos, Matheus, 4, e Laís, 7.
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No time dos fiéis à carreira, a advogada Vera Kanas, 45, trabalha no mesmo escritório desde a publicação da segunda reportagem, o TozziniFreire, onde é sócia desde 2011. É responsável pela área de comércio internacional e divide a rotina de audiências com a criação dos filhos Isabela, 10, e André, 8, que herdaram da mãe a paixão pelos chocolates.
A sonhada banda de Rodrigo Onias, 44, não saiu do papel. Mas o garoto que entrou na Escola e Comunicação e Artes nunca trabalhou com nada que não fosse jornalismo. Há catorze anos é responsável pela home page da globo.com, emprego que o levou para um novo endereço no Rio de Janeiro. Seu sobrenome virou até nome de “sistema” entre os colegas: Onias — Online News Information Alert System (em tradução literal, Sistema de Alerta de Notícias e Informações On-line). Abriu mão do mestrado em Paris por uma vaga na BBC em Londres, país onde conheceu o marido, Gary, 69. O candidato de educação física, Danilo Forghieri, 48, deixou o movimento Galacteus (que busca comunicação com extraterrestres), especializou-se em ioga e abriu o próprio negócio, a Escola de Yoga e Autocuidado. Ele era um dos únicos dois estudantes destacados que vinham de uma escola pública.
De lá para cá, medidas afirmativas e estratégias que promovem a permanência estudantil buscam aumentar essa proporção. A partir de 2016, algumas cadeiras passaram a ser garantidas pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Desde 2017, uma parte das vagas do vestibular também é reservada para alunos vindos de escolas públicas e autodeclarados pretos, pardos e indígenas. Para 2021, a meta é chegar a 50% das vagas na modalidade. “Com isso, nós atraímos alunos que não têm a oportunidade de se preparar para a prova, mas que são fantásticos”, afirma o reitor Vahan Agopyan. Eis a maior saga: diversificar o perfil dos campeões.
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Publicado em VEJA São Paulo de 30 de setembro de 2020, edição nº 2706.