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Projeto pretende reerguer a Casa do Povo, no Bom Retiro

Prédio de arquitetura modernista Rua Três Rios funcionava como palco de múltiplas atividades entre as décadas de 60 e 70

Por Lívia Roncolato
Atualizado em 5 dez 2016, 15h55 - Publicado em 7 jun 2013, 17h18
Benjamin Seroussi - Casa do Povo
Benjamin Seroussi - Casa do Povo (Silvana Garzaro/)
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Em seu período de glória, o prédio de arquitetura modernista de três andares na Rua Três Rios, no Bom Retiro, destacava-se por ser um grande centro de formação crítica e política. Entre as décadas de 60 e 70, o Instituto Cultural Israelita Brasileiro, mais conhecido como Casa do Povo, funcionava como palco de múltiplas atividades. Uma de suas atrações era o Taib, teatro com 400 lugares que virou um foco de contestação à ditadura ao abrigar peças de Oduvaldo Viana e Augusto Boal.

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No mesmo edifício funcionava também o ginásio israelita Scholem Aleichem, que marcou época por sua proposta pedagógica vanguardista e pela postura liberal (aceitava, por exemplo, crianças não judias em uma época em que isso não era muito comum na comunidade). O fotógrafo Bob Wolfenson, o empresário Samuel Seibel (dono da Livraria da Vila) e a atriz Débora Bloch, entre outras personalidades, frequentaram suas aulas.

 

Depois de passar os últimos anos praticamente abandonado, esse endereço histórico pode voltar a ter relevância na vida da metrópole graças a um projeto que luta para revitalizá-lo. Em maio do ano passado, um grupo de ex-alunos do Scholem se mobilizou para formar um novo conselho deliberativo da Casa do Povo. Ocorrem hoje no local ensaios de um coral, aulas de violão e sessões de cinema abertas ao público. Além das atividades fixas, exposições e apresentações de dança estão em desenvolvimento por meio de parcerias.

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A  parte mais ambiciosa da nova fase prevê uma reforma completa do prédio. Quem desenhou o projeto, cuja execução está orçada em 12 milhões de reais, foi o premiado arquiteto Isay Weinfeld. “Todo trabalho é importante para mim. Nesse caso, mais ainda, pelo significado de voltar ao bairro onde nasci e cresci”, afirma. Na melhor das hipóteses, as obras começariam em 2015. “Estamos iniciando a operação para arrecadar fundos, via leis de incentivo à cultura”, conta Benjamin Seroussi, curador da casa e um dos membros do seu conselho.

O período de decadência do local começou no fim dos anos 70. A Scholem Aleichem fechou as portas em 1980 e, depois disso, foi a vez de o Taib encerrar as atividades, no começo dos anos 2000. “Muita gente deixou de frequentar o edifício com medo da repressão do regime, e o prédio, nascido com a vocação para o debate, sofreu com isso”, explica a maestrina Hugueta Sendacz, de 86 anos, viúva de José Aron Sendacz, um dos fundadores da Casa do Povo, em 1953.

Ela atuou como atriz em espetáculos do Taib e, mais recentemente, esteve no elenco do filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger, que usou o prédio do Bom Retiro como parte de suas locações. “Ver esse lugar voltando à vida é um sonho”, afirma Hugueta.

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Eventos na agenda

As apresentações e exposições em cartaz e na programação

› Exposição Oásis — um intercâmbio cultural multidisciplinar entre Brasil e Holanda. Até 30 de junho, das 12 às 18 horas

› Lote#2: BioMashup — projeto em parceria com o Rumos de Dança do Itaú Cultural. Dias 18 e 19 de junho, às 15 horas

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› 5ª Feira de Arte Impressa Tijuana. Dias 27 e 28 de julho, das 12 às 20 horas

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