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Arnaldo Antunes estreia mostra de rascunhos e manuscritos de toda a carreira

Compositor reuniu mais de 200 esboços e anotações para exposição no Instituto de Arte Contemporânea

Por Humberto Abdo
Atualizado em 13 set 2024, 11h02 - Publicado em 13 set 2024, 11h00
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  • Homem branco se encara em espelho redondo
    Arnaldo Antunes (Rafael Canas/Divulgação)

    A notações, desenhos e colagens de Arnaldo Antunes fazem parte da nova mostra Rascunhos, exibida pelo Instituto de Arte Contemporânea (IAC), na região da Consolação. Os esboços criativos do cantor e compositor, alguns registrados até em guardanapos, dividem espaço com uma seleção de quase 500 itens do acervo do instituto, incluindo personalidades das artes visuais, da poesia e do design.

    Em vez de contemplar o trabalho final desses artistas, o conjunto de objetos dá uma visão íntima e não linear do processo de criação de cada um deles.

    “No meu caso, os rascunhos têm vida própria e são uma intimidade revelada”, reflete Arnaldo. “Mas me sinto igualmente vulnerável nas duas instâncias: exibindo os esboços e o resultado final.”

    Os muitos papéis guardados pelo cantor não seguem ordem cronológica (“não coloco data em nada!”), mas retratam sua forma de trabalhar desde o início da carreira, quando integrou o grupo Aguilar e Banda Performática e os Titãs, nos anos 1980. No total, são 240 itens extraídos de pastas, cadernos e gavetas.

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    Serigrafia com linhas em preto e branco
    Estudo transformado em obra: serigrafia por Luiz Sacilotto (Julia Hallal/Divulgação)

    “Acho que tenho um jeito bem caótico e uma maneira muito material de trabalhar, como se precisasse materializar as possibilidades. Sempre começo à mão, salvo no computador, imprimo e escrevo em cima do impresso”, conta.

    “O estilo dele transita nos opostos, entre o mínimo e o máximo. Arnaldo não é morno em hora nenhuma. Tem poemas em que ele trabalha com uma única palavra, e, em outros, parte para o excesso, com muitas colagens, quase sem espaço no papel”, define o curador, Daniel Rangel. “O que não se encontra mesmo é aquela coisa plácida, cândida, um soneto. Ele é feito desses extremos e vai do silêncio ao barulho máximo.”

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    Vida Revolta: série de colagens com palavras como “vida”, “volta” e “revida”, de Arnaldo
    Vida Revolta: série de colagens com palavras como “vida”, “volta” e “revida”, de Arnaldo (Julia Hallal/Divulgação)

    Para dialogar com a coletânea de manuscritos, o curador escolheu documentos de nomes como Hermelindo Fiaminghi, Iole de Freitas e Regina Silveira.

    ]“São artistas da mesma linha do tempo de Arnaldo, um grupo que produziu obras com várias linguagens a partir da década de 1950”, resume Daniel.

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    A pesquisa feita pela dupla ainda rendeu duas instalações inspiradas nos rabiscos de Arnaldo, uma delas erguida na fachada, com o poema Longe em painel de LED.

    A mostra coincide com a estreia da série Lágrimas no MAM, dividida em cinco episódios. A produção, lançada pelo Canal BIS, que tem Daniel entre os roteiristas, mostra o processo criativo de Arnaldo e Vitor Araújo durante uma ocupação no Museu de Arte Moderna da Bahia e a apresentação inédita do disco Lágrimas no Mar.

    IAC. Avenida Doutor Arnaldo, 120/126, Consolação, ☎ 3129-4973. A partir de sáb. (14). Ter. a sex., 11h/17h. Sáb., 11h/16h. Até 7/12. Grátis.

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    Poema Longe: feito em caderno com tinta branca e transformado em LED para a mostra
    Poema Longe: feito em caderno com tinta branca e transformado em LED para a mostra (Julia Hallal/Divulgação)
    Do acervo: caderno de estudos do artista visual Antonio Dias
    Do acervo: caderno de estudos do artista visual Antonio Dias (Julia Hallal/Divulgação)
    Manuscrito da música O que (no centro), de Arnaldo Antunes
    Manuscrito da música O que (no centro), de Arnaldo Antunes (Julia Hallal/Divulgação)
    Pinceladas de Carmela Gross
    Pinceladas de Carmela Gross (Julia Hallal/Divulgação)

    Publicado em VEJA São Paulo de 13 de setembro de 2024, edição nº 2910

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