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“Dá para aproveitar tudo juntos, até Carnaval com bebê”

Diogo Rios e Júlia Maturana viralizaram nas redes sociais após levar o filho para curtir os blocos carnavalescos em um "berço elétrico"

Por Diogo Rios, 36 anos, em depoimento a Fernanda Campos Almeida
Atualizado em 27 Maio 2024, 20h49 - Publicado em 5 fev 2021, 03h00
Família de Julia e Diogo com o famoso carrinho de bebê escrito "Berço Elétrico"
Diogo e Júlia com os filhos: Carnaval on-line em 2021 (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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“Quando minha empresa integrou a da Júlia, 36, conheci minha futura esposa. Começamos a trabalhar juntos na área de publicidade. Ela mostrou interesse em ficar comigo primeiro. Eu, que tinha uma vida meio ‘obaoba’ e gostava de estar solteiro, a pedi em namoro quatro meses depois, em 2012.

Nós sempre gostamos de Carnaval. Marcamos presença todos os anos em blocos de rua, com direito a fantasias. Em 2017, quando Júlia estava grávida, ela pulou Carnaval até os 45 minutos do segundo tempo. No dia seguinte ao bloco, o Pedro nasceu.

Um ano depois pensei que o feriado seria diferente, agora tinha um filho pequeno. Mas, quando vi um bloco passando pela janela do escritório enquanto trabalhava no sábado, fiquei doido para participar. Precisava levar o Pedro, mas não daria para ele ficar no meu colo o tempo todo. Fui até uma loja de móveis usados e paguei uma pechincha em um berço velho. Pintei, coloquei rodinhas, grade de proteção, um guarda-sol e grafitei ‘berço elétrico’ em uma das laterais.

O primeiro bloco de Pedro foi aos 11 meses, perto do Ibirapuera. As pessoas amaram a ideia, tiraram fotos, filmaram. Nosso bebê pulava com o bracinho para cima dentro do berço ao som da música. Em nenhum momento ele não gostou ou chorou. Nossa imagem viralizou nas redes sociais e viramos meme.

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No ano seguinte decidimos criar um bloco de rua infantil, o Bloco do Berço Elétrico, com fraldário e espaço para amamentação. Escolhemos espaços arborizados. A estreia foi no Parque Burle Marx, com 3 500 pessoas. A segunda edição, em 2020, aconteceu na Praça Horácio Sabino, em Pinheiros, e contou com mais de 12 500 foliões. Foi um sucesso. Customizei quarenta berços para foliões.

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Família de Julia reunida à esquerda. À direita, uma foto do
Berço Elétrico no Carnaval de 2018 (à dir.) e Bruno apertando Pedro na foto: amor em família (Arquivo Pessoal/Divulgação)

Este ano, por causa da pandemia, criamos uma animação chamada O Carnaval Sumiu, que conta as aventuras do garoto Pepi, inspirado no Pedro, que, junto com a sua turma, sai em busca do Carnaval que sumiu das ruas por causa do ‘bichinho’ chamado coronavírus. O episódio vai ao ar nesta sexta (5), no YouTube e no site bercoeletrico.com.br. Os espectadores serão convidados para a live do Berço Elétrico no dia 13, das 14h às 16h. A transmissão será em um teatro alugado, sem plateia, e apenas uma banda tocará marchinhas tradicionais, axé music e hits dos anos 80, 90 e infantis.

Eu e Júlia sempre tivemos vontade de criar projetos e empreender. Largamos o trabalho e apoiamos um ao outro nos sonhos de cada um. Abri uma empresa de comunicação e ela criou um perfil no Instagram com conteúdo sobre maternidade, educação para as crianças e suporte emocional para mães, o @jumaturana_apoiomaterno. É lindo ver o carinho que ela tem com esse projeto. Júlia é uma excelente mãe, companheira, mulher guerreira, vai atrás de seus objetivos.

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Juntos, também tocamos o coworking Hugspot.co, em Pinheiros, para pais com filhos pequenos, com uma estrutura separada com cuidadora. A ideia veio da necessidade pessoal. Quem trabalha com criança ao redor sabe como é difícil. Parado desde março, planejamos retornar com o espaço este ano, porque os pais estão desesperados no home office com os filhos.

Além do Pedro, nós temos o Bruno (que também nasceu no pré-Carnaval), de 1 ano, e meu enteado, Edu, 16. Nossa vida é uma loucura, com muitas noites maldormidas, mas temos uma boa parceria, não só de trabalho, mas com os afazeres da casa e as crianças também.

Filho demanda muita atenção, trabalho e cuidado, mas não é impedimento para nada. Quando eles estão inclusos nos nossos objetivos, as coisas fluem. Com organização e criatividade dá para aproveitar tudo junto, até o Carnaval.”

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Publicado em VEJA São Paulo de 10 de fevereiro de 2021, edição nº 2724

 

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