Vincent Géré
O enólogo-chefe da Rémy Martin elabora hoje o conhaque de 2112, está à caça de um freio de mão hidráulico e não vive sem ouvir música brasileira
A marca do meu estilo Estou sempre de costume. Gosto de comprar os modelos na Hugo Boss, em cores escuras e cortes clássicos. Às vezes, recorro ao sob medida feito por um alfaiate indiano que atende na Causeway Bay, em Hong Kong. Eu o conheci anos atrás, quando morava na Austrália. Encomendei a ele o smoking do meu casamento, com gravata-borboleta branca. Na viagem à França, a caminho da festa, parei em Hong Kong para buscá-lo.
A compra mais recente Dois buquês — um deles de flores raras — para comemorar uma conquista profissional da minha mulher, Pauline. Ela é pesquisadora e assumiu a liderança em um projeto, um marco na carreira dela.
E a próxima que quero fazer Um freio de mão hidráulico para completar o restauro de um dos meus carros antigos, dos anos 1970. Tenho três na coleção: um Porsche, uma BMW e um Maserati.
Um destino inesquecível visitado recentemente A Catedral da Sagrada Família, em Barcelona, que começou a ser erguida no século XIX, por Antoni Gaudí, e ainda não foi finalizada. Construir algo belo demanda tempo, coragem e visão.
A melhor lembrança trazida na mala Um perfil da análise do solo do meu vinhedo na Austrália. Toda vez que olho para essa terra vermelha guardada numa coluna de vidro de 1 metro de altura, sinto-me mais vivo.
A trilha sonora atual Uma seleção de música brasileira que adquiri na primeira viagem a São Paulo, há poucos meses.
Lugar inspirador Minha casa, meu vinhedo em Echebrune, no coração de Petite Champagne. A construção é de 1830, e vivemos nela (eu, minha mulher e meu filho, Raphael, já que minha filha, Camille, faz faculdade na Inglaterra) desde 1998.
Na geladeira Não fico sem roquefort, pão de trigo-sarraceno, trufas (se for a estação), ovos frescos, ingredientes para um gaspacho, vinho branco, champanhe e Rémy Martin VSOP. Encontro tudo no mercado perto de onde moro — até as trufas.
Conhaque e clima tropical É uma ideia preconcebida acreditar que conhaque é para o frio. O valor da bebida está no aroma complexo e na noção de tempo — são 100 anos para chegar a um Louis XIII, então é natural que você se sente para refletir e apreciar o sabor da bebida. E sem aquecer o copo com a chama de isqueiro, como presenciei em São Paulo. Senti evaporarem-se ali três décadas de trabalho. Adoro tomar conhaque num sábado depois de um longo almoço, no jardim de casa, ou depois de uma noite de festa, quando os convidados foram embora e posso apreciar o silêncio. Se o champanhe é festivo e começa um encontro, o conhaque é o momento da verdade, da conclusão.
O item recente no closet Um cinto Balenciaga, comprado em Paris. Demorei mais para escolher o modelo certo do que para achar um bom costume.
O melhor presente que já recebi O livro L’Apprentissage de la Sérénité, de Louis Pauwels. Isso foi em 1986, quando uma vida nova estava começando. Aprendi com ele que aproveitar o dia não é sinônimo de apressar as coisas.
Site favorito Dos artistas franceses Julie Buf-fet e Marc Rambeau. Tenho quadros de ambos, sensíveis e coloridos (web.mac.com/juliebuffet e marc-rambeau.com).
Uma indulgência Participar de degustações verticais, com vinhos de várias décadas. Melhor se for na reserva de conhaques da Rémy Martin.
O produto de beleza que tenho sempre Um hidratante da Givenchy Man que se chama Pro-Energizing Massive Moisturizer, que ajuda a proteger da agressão da lâmina de barbear.