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Suco de soja é mesmo saudável?

Especialistas apontam excesso de sódio e hormônios nesse tipo de bebida. Após contaminação, marca AdeS foi retirada dos supermercados por determinação da Anvisa

Por Bruna Ribeiro
Atualizado em 5 dez 2016, 16h13 - Publicado em 19 mar 2013, 18h34
vale este - bebidas lancheira crianças dicas
vale este - bebidas lancheira crianças dicas (Renata Aguiar / Arte/)
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Mães e pais que buscam por alternativas saudáveis para as crianças têm agora uma opção a menos nos supermercados. Grandes redes varejistas como Walmart Brasil, Extra, Carrefour e Pão de Açúcar já retiraram de suas prateleiras as bebidas à base de soja da marca AdeS, fabricadas pela Unilever. O recolhimento segue determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que identificou uma falha no processo de higienização e envasamento do líquido, contaminado por uma solução de limpeza. Sua ingestão pode causar queimação e náusea, entre outros sintomas.

A descoberta coloca os pais numa encruzilhada porque, entre as opções para a garotada, os compostos à base de soja pareciam ser melhores do que os refrigerantes e sucos industrializados, que possuem alto teor de açúcar.

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Mas, mesmo em sua composição, os suquinhos do tipo AdeS não são exatamente recomendáveis. A nutricionista Marcela Sansone, especialista em nutrição funcional, afirma que as bebidas de soja também podem fazer mal à saúde. Além do excesso de sódio, o organismo tem dificuldades em metabolizar a soja. “Esse tipo de bebida é mais indicada para mulheres que estão na menopausa, pois são ricas em isoflavona, um hormônio feminino”, explica Marcela. “Estudos mostram que as crianças têm entrado na puberdade precocemente por causa desse hormônio.”

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Para a também nutricionista Cynthia Antonaccio, coordenadora da Equilibrium Consultoria, embora esses sucos contenham sódio e hormônios, os índices desses componentes na soja consumida no Brasil são muito baixos. “A quantidade ingerida pelas crianças no suco é muito pequena para provocar condições adversas”, diz Cynthia.

Ambas concordam, no entanto, que as bebidas à base de soja devem ser consumidas com moderação. No máximo duas vezes por semana, recomenda Marcela. Como alternativa para o lanche, ela indica os sucos naturais ou em polpa, além de iogurte e leite batido com frutas, que devem ser preparados um pouco antes de a criança sair de casa e armazenados em garrafa térmica para evitar que se deteriorem. “Os nutrientes permanecem inalterados até três horas depois”, diz ela.

Às crianças com intolerância à lactose, Marcela sugere os leites vegetais de arroz, macadâmia ou castanha _que custam, em média, R$ 11,00 (caixa de 1 litro). Já os refrigerantes jamais devem compor a dieta infantil. “Mesmo em sua versão diet, eles não servem como opção porque o adoçante  também é prejudicial à saúde.”

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O pediatra e toxicologista do Hospital das Clínicas Anthony Wang, é mais radical. Para ele, “nada é melhor do que beber água”. “Todo o resto, incluindo os sucos de soja, podem ser prejudiciais”. Wang, entretanto, pondera que, embora o nível do sódio seja alto nessas bebidas, ele não chega a causar males. “Além disso, elas contêm menos gordura saturada e provocam menos alergias nas crianças”.

Sobre a contaminação do AdeS, o médico explica que a probabilidade de um dano grave é praticamente ausente. “Foi uma falha gravíssima, mas as pessoas devem ficar tranquilas. O máximo que pode ocorrer são queimaduras leves.”

 

 

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