Entre os top maquiadores, Olivier Echaudemaison se destaca pelo amor ao batom vermelho. Mas é com um pretinho nada básico que o diretor criativo da Guerlain vai fazer história. Pertence a ele a ideia da primeira máscara para cílios com refil desde que Eugène Rimmel criou a pasta de carvão e ceras, em meados de 1840 (a marca Rimmel integra o grupo Coty, e o sobrenome do inventor está para o produto assim como Gillette para lâmina de barbear). “Imaginei uma caixinha de joias que jamais fosse para o lixo”, diz. O rímel desembarca no Brasil agora, com o plano de expansão, no país, da perfumaria francesa de 1828. Responsável pela alta joalheria da Louis Vuitton, Lorenz Bäumer recorreu ao zamak, liga de zinco, alumínio, magnésio e cobre, para tornar a embalagem resistente e proteger o espelho duplo embutido. O resultado é que o Noir G pesa 96 gramas, quase cinco vezes mais do que os concorrentes de plástico entre o estimado 1 bilhão de tubinhos consumidos por ano (a máscara é o produto mais querido do nécessaire — 54% das mulheres admitem não viver sem alongar, avolumar, curvar e pentear os cílios, contra 18% que confessam apego ao batom). Coube a Echaudemaison a frescura final: no lugar do costumeiro cheiro de petróleo dos pretinhos convencionais, a Guerlain desenvolveu uma fragrância à base de flor de pêssego, rosa e jasmim.