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Meninas Prendadas

Sumidas nas últimas décadas, as costureiras e artesãs voltam a aparecer no cenário paulistano e trazem novidades: blogs e bazares de mulherzinha

Por Carolina Romanini
Atualizado em 1 jun 2017, 18h07 - Publicado em 1 out 2012, 19h20
Ju Padilha
Ju Padilha (Ju Padilha/)
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Se num passado recente o trabalho artesanal era desvalorizado e tido como cafona, hoje ele é cult, vintage e admirado por mulheres cada vez mais jovens _ tanto que muitas delas deixaram seus diplomas de lado para se dedicarem aos ateliês pessoais.

Mas antes que isso tudo faça referência a um estilo de vida retrô, uma novidade: as costureiras e artesãs do século XXI usam blogs e redes sociais para divulgarem e venderem seus trabalhos. E elas estão cheias de clientes.

Parece ironia que mulheres envolvidas em atividades tão antigas façam uso de ferramentas modernas para se comunicar com o seu público. Mas elas têm uma boa explicação para isso: “A pessoa que compra artesanato gosta de saber como a peça é feita e até dar palpites na confecção”, diz Ju Padilha, 32 anos, cujo blog homônimo tem, em média, 600 acessos diários. “Por isso a internet é tão legal: mesmo as pessoas que estão longe podem acompanhar a produção de suas peças.”

Formada em história e geografia e pós-graduada em história da arte, desde 2009, quando deixou a função de professora em Ribeirão Preto, Juliana se dedica integralmente às suas criações. Começou pintando camisetas à mão, mas hoje é conhecida por suas tiaras feitas com fitas, botões e feltros, que já foram vistas embelezando cabeças até fora do país. Agora, morando em São Paulo e inspirada pelo nascimento do primeiro filho, Francisco, ela lança sua linha casa, com peças de decoração como almofadas, quadrinhos e mantas de patchwork.

“O blog também está me ajudando nessa fase. Ele serve de termômetro para avaliar a aprovação do novo trabalho”,  conta Juliana. O retorno, até o momento, tem sido positivo, diz ela.

Pricila Barretos Blum, 38 anos, do blog A Sacoleira, conta que começou sua empreitada como artesã fazendo bolsas personalizadas para as amigas. Até que um dia veio uma encomenda de alguém que ela não conhecia. “Pensei: ‘se tem gente interessada de verdade no meu trabalho, é porque ele tem potencial’”. E Pricila se animou para seguir adiante. Hoje, com a ajuda da mãe, ela produz entre dez e quinze sacolas por dia.

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Pricila Barretos Blum - A Sacoleira
Pricila Barretos Blum – A Sacoleira ()

As ferramentas de métricas dos blogs e outras como o Google Analytics também ajudam essas jovens artesãs. Graças a essas tecnologias, elas conseguem monitorar o perfil e comportamento de suas clientes. “Descobri recentemente que minhas peças fazem sucesso na cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul”, diz Marcela Stump, 26 anos, do blog Colacorelinha. “Fiz uma encomenda grande para uma cliente de lá e acabou na maior divulgação do meu trabalho.”

Marcela é formada em publicidade e uma das únicas que ainda toca a profissão em paralelo ao artesanato. “Às vezes passo madrugadas trabalhando”, diz. Seu blog vende tiaras, quadrinhos, decoração para quartos infantis e casquetes que fazem a cabeça de noivas vintage. “Adoraria trabalhar só com o artesanato, mas ainda é inviável financeiramente.”

Marcela Stump - Colacorelinha
Marcela Stump – Colacorelinha ()

Luciana Mugayar, 35 anos, do blog A Lojinha, também é formada em publicidade e trabalhou mais de dez anos com produção de moda. Após uma temporada de sete anos em Londres e de volta ao Brasil, decidiu que era hora de parar. Começou a se dedicar ao artesanato com a ajuda da cunhada, Angélica Azevedo, há um ano e meio. Ela diz que pretende trabalhar para sempre com seus tapetinhos e almofadas de crochê, entre outras peças que produz. “Por enquanto, tive que ajustar meu padrão de vida ao meu novo rendimento, mas espero que em breve tenha melhor retorno.”

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Luciana - A Lojinha
Luciana – A Lojinha ()

Para alavancar as vendas e conhecer pessoalmente as clientes, essas profissionais participam de bazares organizados periodicamente na cidade. Ju Padilha, por exemplo, idealizou o Dia de Lojinha, que já teve duas edições no restaurante Otto Bistrô, na Consolação _a terceira deve ocorrer em dezembro. Dele participam também A Sacoleira, Colacorelinha e outras três marcas. Luciana Mugayar também tem dois bazares em que irá expôr sua A Lojinha até o fim do ano: o Bazar da Praça (Rua Cardoso de Melo Jr., 650, Alto de Pinheiros), nos dias 30 e 31 de novembro e 1º e 2 de dezembro, e o Bazar da Panacéia, previsto para acontecer durante todo o mês de dezembro no galpão da loja Panacéia (Rua Delfina, 91), na Vila Madalena.

 

 

 

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