Vult faz sucesso com maquiagens a preços populares
Empresa de cosméticos domina as vendas em perfumarias e farmácias
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9 jun 2017, 18h06
O setor de beleza atrai uma leva de empreendedores interessados em prosperar. O Brasil é o quarto maior mercado consumidor do mundo, atrás apenas de China, Japão e Estados Unidos, com faturamento de 45 bilhões de reais em 2016, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. O tamanho do negócio salta aos olhos de muita gente, mas não é fácil estabelecer-se. Grande parte do montante é movimentada por multinacionais.
Uma empresa de Mogi das Cruzes, a 60 quilômetros da capital, no entanto, tem feito bonito. Fundada em 2004, a Vult Cosmética cresceu rapidamente nos últimos tempos. Não tem o tamanho das concorrentes, mas sua evolução impressiona. Em 2016, obteve uma receita de 250 milhões de reais, com aumento de 40% sobre o resultado anterior, de acordo com estimativas de especialistas.
Aos poucos, começou a ameaçar o espaço de companhias consolidadas, especialmente no varejo. Enquanto parte delas se concentra no comércio porta a porta, a Vult se direcionou para farmácias e perfumarias, em um esforço bem acima da média do setor para dominar essas gôndolas. Atualmente, está presente em 35 000 endereços do tipo no país. “Eles foram visionários ao apostar em um canal que não se mostrava muito desenvolvido”, diz Marcello De Zagottis, vice-presidente de marketing e comercial do grupo Raia Drogasil. “A categoria de higiene e beleza cresceu 35% em vendas no último ano em nossas unidades.”
A marca ganha pontos principalmente pelos preços em conta, resultado da contenção de gastos com embalagens e operação reduzida. Produto mais barato do cardápio, o esmalte sai por 6,90 reais. O preço dos batons começa em 16,90 reais. A empresa soube aproveitar também o boom dos influenciadores digitais. Resenhas e tutoriais com seus itens surgem em redes sociais de blogueiras populares, como a mineira Camila Coelho.
“Minhas clientes, acostumadas com grifes internacionais, se surpreendem quando uso algo da Vult. Acabam levando tudo da minha bancada”, afirma Renner Souza, maquiador de celebridades do naipe de Anitta, Fernanda Motta e Carolina Ferraz. “Eles economizam nas caixinhas, mas o conteúdo tem qualidade.” Com cerca de 100 lançamentos por ano, o negócio investe fortemente também em tendências. Entre suas últimas apostas aparecem a água micelar e o bastão de contorno facial.
Há treze anos em atividade, a Vult começou com um restrito portfólio de sete itens — agora são 506. Foi criada pelas mãos dos amigos de infância Murilo Reggiani e Daniela Cunha, ambos de 40 anos. A arquiteta e o vendedor de cosméticos investiram 300 000 reais para iniciar a empreitada em uma casa em Mogi das Cruzes, com apenas dois funcionários. “Eu mesma empacotava os artigos e o Murilo batia de porta em porta para convencer os lojistas a vender”, lembra Daniela.
Depois de se estabelecerem no setor das farmácias, responsável por 70% de seu faturamento, resolveram expandir os horizontes em 2015 ao abrir os próprios quiosques em endereços variados da cidade, entre eles estações de metrô, shoppings e aeroportos. Atualmente, há 23 pontos próprios espalhados pela Grande São Paulo e mais vinte programados para começar a funcionar no país até o fim do ano. O próximo passo? Querem oferecer o portfólio também no varejo de moda, em cadeias como Riachuelo, e no comércio alimentício, a exemplo de supermercados.
Negócios em alta
Alguns números da empresa
158 000 produtos foram vendidos por dia em 2016
390 funcionários nos cinco centros de distribuição
35 000 pontos de vendas no Brasil
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