Grifes plus size adotam roupas descoladas e de cores vibrantes
“A aposta é no óbvio: a pessoa gorda pode usar a mesma roupa que todo mundo”, diz criadora de uma das marcas
Em uma cidade onde 58% da população está acima do peso, segundo dados do Hospital das Clínicas, até que demorou. A última tendência da moda plus size, com manequins a partir de 46, são as roupas moderninhas. Saem os figurinos no estilo vovó ou com o objetivo de afinar o corpo com velhos truques de óptica, como as listras verticais e o preto. Entram os cortes ousados e as cores vibrantes em saias midi, blusas acinturadas e vestidos pin-up.
As marcas que protagonizam a onda são vendidas pela internet ou em bazares. O mais famoso deles é o quadrimestral Pop Plus Size, que começou em 2012 com uma dezena de grifes. A última edição, realizada em junho no Club Homs, na Avenida Paulista, reuniu cinquenta marcas, de vários estados. A próxima, agendada para 17 e 18 de setembro, acontece no mesmo local com sessenta marcas confirmadas.
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A Chica Bolacha, de Porto Alegre, é uma das etiquetas campeãs de popularidade. “No evento mais recente, vendi 500 peças em dois dias”, conta a proprietária, Thayná Cândido. Pela internet, 47% dos 2 000 itens comercializados por mês são despachados para a Grande São Paulo, com tíquete médio de 300 reais. Entre as produções paulistanas, a lista de novidades aumentou em junho, com a estreia de dois ecommerces.
Um deles foi a empresa batizada de Oh, Querida!, no bairro do Bom Retiro. “A aposta é no óbvio: a pessoa gorda pode usar a mesma roupa que todo mundo”, diz Sheila Ghiraldini, a criadora. Surgida no mesmo período, a startup Maria Abacaxita esgotou seu estoque inicial, de 45 000 reais. “Faltavam na área peças que se ajustassem bem ao corpo”, diz a dona da marca, Renata Poskus. A empresária é também a idealizadora do Fashion Weekend Plus Size, evento feito há sete anos, que, em julho, reuniu treze expositores, um recorde.